O leitor Jorge Hugo Billa considera prematura a comparação que fiz do potencial de jogador chamado Talles Magno, recentemente lançado pelo Vanderlei Luxemburgo no time do Vasco, com estrelas consagradas do nosso futebol. Disse que isso não é salutar.

Tem suas razões. Segundo ele, dezenas de jogadores foram comparados ao Pelé e não conseguiram suportar as expectativas dos torcedores e caíram no esquecimento. No entanto não vejo perigo em apontar semelhanças entre estilos de jogadores.

No jogo contra o São Paulo, domingo passado, vi nele em alguns lances um potencial enorme. Lançaram uma bola alta sobre a grande área, e ele, com seus 1,86m de altura, não subiu para cabecear. Pisou na bola e a bola ficou parada sob seu pé direito.

Seus adversários, atendendo ao apelo dos tempos modernos de intensidade e pressentindo o perigo, o cercaram. O garoto! Sim, é um garoto! Com seus 17 anos, balançou o corpo de um lado para o outro e finalizou fraquinho, mostrando que tem coisas a aprender.

Por outro lado, além da técnica apurada ele se movimenta com força e velocidade e quando vejo alguém com jeito de craque, me vem uma vontade danada de criar uma ponte entre o passado e o presente, aproximando as gerações.

Sei que escrevo sobre isso como se fosse o último dos moicanos, porque a possibilidade da venda de um jogador é festejada pela imprensa e pelos dirigentes, que vêem na transferência para o exterior o sonho de encher os cofres do clube ou sei lá de quem.

Esta tem sido a sina do futebol brasileiro. Durante os campeonatos regionais e nacionais aparecem jogadores que se destacam e imediatamente os empresários tentam negociá-lo para algum lugar do mundo. A negociação fica inevitável.

Endividado, o Vasco não tem saída. Aliás, esta tem sido a sina do futebol brasileiro. Durante os campeonatos regionais e nacionais aparecem jogadores que se destacam e imediatamente os empresários tentam negociá-lo para algum lugar do mundo.