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Peru intenso e o êxodo dos jogadores
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O ex-jogador Sérgio Redes, ou

Peru intenso e o êxodo dos jogadores

Tipo Opinião
Lance de Brasil x Peru (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Foto: Lucas Figueiredo/CBF Lance de Brasil x Peru

Quando Casagrande repetiu pela terceira vez que o Peru estava intenso, lembrei-me do Milton Leite e repeti comigo mesmo: "Que fase!" Na manhã de hoje ainda tive tempo de pegar o Tite e sua verborreia. Apesar do Flamengo, o futebol brasileiro continua de baixa qualidade.

Começa pelo êxodo dos jovens valores. Pergunte a qualquer um onde ele quer jogar. A resposta é clara. Fora do País. E para isso temos centenas de empresários brasileiros que, tendo o mercado como bússola, já estão negociando o garoto na barriga da mãe.

Produzimos a melhor matéria-prima do planeta, mas não sabemos refiná-la, e, enquanto insistirmos nesse desastre de copiar de outros países gestões modernas que organizem dentro e fora do campo o nosso jeito de ser e de jogar, vamos continuar sem identidade.

Esse processo que sofremos de aculturação nos leva a confusão ao ponto de criarmos um novo vocabulário para entendermos o que é moderno. Antigamente, um time fraco enfrentava um grande usando "retranca". O time grande obrigado a atacar agora é "protagonista".

O grito de volta para marcar deu lugar à "recomposição", que acontece quando uma equipe perde a posse da bola e todos os jogadores devem se mobilizar para retomá-la. A manobra defensiva utilizada poderá se dar dentro do campo adversário ou uma volta rápida de todos para o seu campo.

"Entrega" e "intensidade" confundem-se. São sinônimos de jogador que se mata pela equipe. Com a melhora das condições de saúde o jogador corre como um papa-léguas. No segundo turno, com um jogo a cada quatro dias, a entrega e a intensidade vão para a cucuia.

Jogador de vestiário? Na maioria das vezes é reserva, mas é visto como um cara do bem e agrega valores importantes para a convivência. Num lugar em que todo mundo anda com fone no ouvido e celular pensando no seu umbigo a presença dele ajuda a "abrir o grupo".

Escrevi acima "abrir o grupo" porque quando ouço e vejo entrevistas e alguém dizendo que o grupo está fechado penso que estou diante de uma babaquice enorme. Quanto mais aberto melhor. Estar aberto e disponível para os acidentes do destino faz parte da vida.

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