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Futebol é democracia: meu primeiro voto foi dentro de um clube
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O ex-jogador Sérgio Redes, ou

Futebol é democracia: meu primeiro voto foi dentro de um clube

Tipo Crônica

Depois de um pequeno intervalo, devido às festas de fim de ano, a bola volta a rolar. Na verdade, ela nunca parou. Jogos beneficentes acontecem a todo o momento e tem sempre um ou outro jogador inventando maneiras de se encontrar e festejar a profissão.

Jogador de futebol não tira férias da bola. Tira férias do clube. O fascínio pela bola é eterno. Transcende o futebol. Como escreveu Jorge Luís Borges, a esfera é o mais uniforme dos corpos sólidos e tem a faculdade de girar sobre seu eixo sem exceder os limites.

Começou o Campeonato Cearense. O Ferroviário, que no ano que foi quase subiu para a Série B do Campeonato Brasileiro e é o segundo time no coração de todo mundo, faz uma campanha pra lá de péssima. Quem vai bem é Barbalha e Guarany de Sobral, que empataram na tarde de ontem e lideram.

Embora saibam que o desinteresse pelo Campeonato Estadual aumente a cada ano, os clubes pequenos vêem nele uma possibilidade de continuarem existindo. Questões que se impõem nos permitem entender que o fim dosestaduais seria como dar um tiro no próprio pé.

Se levarmos em consideração que os campeonatos regionais duram apenas três meses no ano, verifica-se que, à exceção dos jogadores que se revelarem neste curto período de tempo, a grande maioria vai ficar desempregada. A pergunta que não cala é: isso é bom ou ruim?

Claro que é ruim! Tanto para o futebol, quanto para a sobrevivência dos próprios times. E no caso se percebe que a extinção dos clubes é a derrocada da própria democracia. Foi num clube de futebol de garotos que eu votei pela primeira vez na minha vida.

Alguém poderá questionar, contestando o conceito acima sob a alegação de que os estaduais são deficitários e, portanto, não interessam aos grandes clubes. Concordo! Problemas a ser resolvidos pela CBF, pelas federações estaduais e pelos clubes filiados.

O que não pode continuar é esse sistema centralizador e elitista que vai gradativamente destruindo o futebol brasileiro e conta com o apoio da mídia esportiva e dos canais de televisão, que têm os olhos voltados para as competições nacionais promovidas pela CBF.

 

Foto do Sérgio Redes

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