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Fake news: por que reagimos a elas?
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Graduada em Administração (UFC), especialista em Neuromarketing (Unifor) e gestora de marketing há mais de 10 anos, atuando em empresas multinacionais e nacionais, tais como Unilever e DeVry Brasil, dentre outras

Fake news: por que reagimos a elas?

Redobre a atenção sobre suas emoções e evite reagir instintivamente. E, com certeza, consuma conteúdo de fontes sérias e profissionais para não despertar essa bomba emocional
Tipo Análise
Câmara Federal vota propostas de combate às fake news (Foto: Gerd Altmann/Pixabay/grátis para uso comercial)
Foto: Gerd Altmann/Pixabay/grátis para uso comercial Câmara Federal vota propostas de combate às fake news

Na sexta, 23 de julho, diversos veículos online publicaram a notícia de que a ex-BBB Viih Tube havia terminado o namoro com Bruno Magri. Até que, horas depois, a influenciadora revelou que ela mesma havia criado o boato para atrair a atenção do público e lançar seu novo livro.

É interessante o alerta que Viih Tube trouxe ao público no vídeo que divulgou em suas redes sociais: "muitas vezes, notícias são boladas [...] só por engajamento, [...] mas [...] não são reais”.

A influenciadora Polly Oliveira adverte que perfis de fofoca nas redes sociais recebem para distribuir em massa conteúdos sobre famosos e, assim, ditam o que será notícia na internet. Ela critica que várias informações veiculadas são falsas, mas induzem a audiência a acreditar que são verdadeiras quando veem a mesma fake news em diferentes perfis famosos.

Para Yuval Harari, no livro "21 lições para o século 21", estamos vivendo uma era de pós-verdade; quando narrativas, nações e incidentes militares podem ser falsificados. Mas nos equivocamos ao pensar que as fake news surgiram com a internet, porque elas estão entre nós desde a prensa. No século 15, esperava-se que as informações mais lidas nos primeiros impressos fossem descobertas científicas. Porém, foram narrativas sobre demônios e bruxas que mais fizeram sucesso à época.

O artigo The spread of true and fake news online, publicado na revista Science em 2018, indica que informações falsas se espalham mais rápido e chegam mais longe do que informações verdadeiras. Isso porque as informações falsas são contadas em tom de novidade e despertam sentimentos de medo, repulsa e surpresa na audiência.

Novidades costumam chamar nossa atenção e, ao promover o sentimento de medo, nosso sistema nervoso é acionado e prepara nosso corpo para agir. Alterações comuns são pupilas dilatadas para melhorar a visão, aumento do diâmetro da traqueia e dos brônquios para aumentar a capacidade respiratória e aumento da frequência cardíaca para que possamos correr, quer seja para atacar ou para fugir.

Essas modificações bioquímicas do corpo provocadas pelo sentimento de medo faz com que nós tendamos a reagir às fake news. Essa reação pode ser de luta, atacando o objeto da notícia, ou de fuga, cancelando as pessoas foco da notícia. Ambas provocam raiva nas pessoas atacadas ou canceladas, aumentando a tensão e a repercussão das fake news.

É por isso que entramos em discussões tão facilmente. É por isso que cancelamos pessoas. É por isso que repassamos notícias falsas por impulso. Está se perguntando como evitar essa reação instintiva? Redobre a atenção sobre suas emoções e evite reagir instintivamente. E, com certeza, consuma conteúdo de fontes sérias e profissionais para não despertar essa bomba emocional.

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