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Laudo não identifica DNA no gatilho da arma que matou empresária
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Laudo não identifica DNA no gatilho da arma que matou empresária

| Pefoce | Perícia analisou DNA da pistola que atingiu Jamile de Oliveira, morta no mês passado em Fortaleza
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Jamile de Oliveira Correia morreu no Instituto Dr. José Frota (Foto: Reprodução/ Facebook)
Foto: Reprodução/ Facebook Jamile de Oliveira Correia morreu no Instituto Dr. José Frota

Laudo da Perícia Forense (Pefoce) sobre a arma de fogo utilizada para matar a empresária cearense Jamile de Oliveira Correia, 47, diz que não é possível identificar perfil genético no gatilho da pistola. A análise de DNA aponta que foi encontrado material genético da vítima apenas na "extremidade do cano".

 O advogado Aldemir Pessoa Júnior, companheiro de Jamile, principal suspeito do crime, alega que ela cometeu suicídio. Essa era a principal linha hipótese da Polícia. Posteriormente, as investigações do 2° Distrito Policial identificaram indícios de que teria ocorrido um feminicídio.

Na Perícia, o perfil genético dele foi encontrado na "parte serrilhada do ferrolho". O laudo pericial foi obtido pelo O POVO. A pedido da reportagem, um perito, que pediu para não ser identificado, analisou o documento. Além do DNA da vítima e do suspeito, foi encontrado material genético do inspetor de Polícia que manuseou a arma durante a investigação.

Conforme o perito que analisou o documento, também teria sido encontrado material genético do filho. Em determinadas partes da arma de fogo calibre 380, não foi possível especificar DNA. "No cabo, deu uma mistura de material genético e não foi possível extrair o perfil genético e fazer a distinção", explica.

O documento aponta que as amostras de DNAs de Aldemir, do adolescente filho da vítima e do inspetor da Polícia Civil foram recolhidos por meio de swabs orais (coleta amostral oral) com consentimento.

Giovani Santos, um dos advogados de Aldemir, informou que a defesa somente vai se posicionar sobre o resultado das análises de DNA na arma após receber o laudo. "Vamos ter acesso na segunda. Preferimos nos manifestar depois de saber o resultado do laudo. Vamos consultar também um perito para que ele também avalie", respondeu, por telefone.

O próprio suspeito já chegou a afirmar ter "a consciência tranquila" em relação às acusações. Ele relatou que, no dia da morte, após uma discussão, teria tentado impedir o suicídio da empresária. Além dele, no momento, o filho da vítima também teria tentado intervir.

Conforme Ademir, a interferência de ambos explica a trajetória do projétil. Segundo a Perícia, o disparo foi dado de cima para baixo e de uma posição que não corresponde ao de uma pessoa canhota, como Jamile.

A empresário foi levada ao Instituto Dr. José Frota (IJF) na madrugada do dia 30 de agosto, com ferimento por arma de fogo. A prisão de Aldemir foi negada pela Justiça "por não preencher as hipóteses legais", conforme o Ministério Público do Ceará (MPCE). Entretanto, o advogado teve o passaporte recolhido e não pode se ausentar da comarca de Fortaleza, conforme medidas cautelares estipuladas pela Justiça.

Linhas

A primeira linha de investigação da Polícia Covil apontava que a empresária Jamile de Oliveira teria se suicidado, mas teriam sido encontrados indícios de feminicídio

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