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Perícia solicita ampliação de prazo para laudo sobre desabamento do edifício Andrea
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Perícia solicita ampliação de prazo para laudo sobre desabamento do edifício Andrea

Inquérito foi enviado à Justiça no dia 14 último, com pedido de prorrogação por causa do laudo
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O PRÉDIO de 7 andares no Dionísio torres desabou em 15 de outubro (Foto: Fábio Lima)
Foto: Fábio Lima O PRÉDIO de 7 andares no Dionísio torres desabou em 15 de outubro

Passados 44 dias desde o desabamento do edifício Andrea, que matou nove pessoas no bairro Dionísio Torres, a Polícia Civil ainda aguarda a conclusão de laudo da Perícia Forense (Pefoce) para indiciar possíveis responsáveis pelo desmoronamento. O delegado titular do 4º Distrito Policial, Munguba Neto, solicitou à 14ª Vara Criminal prorrogação do prazo para conclusão da investigação. O inquérito foi enviado à Justiça em 14 de novembro. Atualmente, o processo aguarda posicionamento do Ministério Público Estadual (MPCE), a quem foi aberta vista.

Quem também pediu mais tempo para concluir os trabalhos foi a Pefoce. Em ofício enviado ao Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc), do MPCE, que abriu Notícia de Fato para investigar o caso, a Pefoce, em 5 de novembro último, solicitou prorrogação de 60 dias para término do estudo. "Tendo em vista a excepcionalidade e complexidade do evento", justifica o supervisor do núcleo responsável pelo laudo. Conforme o ofício, serão realizados procedimentos como análises laboratoriais, simulações e modelagens.

O POVO teve acesso tanto ao inquérito, quanto à Notícia de Fato. Até o momento, a maior parte da peça policial é composta pelo depoimento de moradores sobreviventes e demais testemunhas. As declarações corroboram com as informações já repassadas pelos moradores à imprensa. Já na segunda-feira, um dia antes da queda, intervenções em pilares haviam sido registradas. Um dos depoimentos aponta que o prédio chacoalhou três vezes antes de cair.

 Entre outras peças anexadas ao inquérito estão documentos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea/CE) referentes ao engenheiro José Andreson Gonzaga dos Santos, responsável pela obra de reforma no prédio. Conforme as informações, a Alpha Engenharia não possuía registro no órgão. Foi lavrado auto de infração e estabelecida multa. Conforme Breno Almeida, advogado do engenheiro, a falta de registro é mera formalidade administrativa.

Ele salienta que o "principal documento" para a feitura da obra, a ART, foi devidamente tirada junto ao Crea, o que chancela a aptidão do profissional para o procedimento. Conforme Breno Almeida, várias dos depoimentos corroboram para a inocência do engenheiro. Foram várias as pessoas que concorreram para o colapso, diz. "Foram feitas intervenções de forma muita errada".

Ao procedimento do Nuinc, foi juntado relatório de levantamento preliminares feito por engenheiros do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea/CE). Na peça, é afirmado que o edifício deveria ter passado por "diversas manutenções" ao longo de seus 39 anos. "O presente sinistro não pode ser tratado como um problema de cálculo estrutural, mas tão somente da necessidade de que todas as edificações, por mais simples que sejam, passem por diversas manutenções ao longo de sua existência".

No âmbito administrativo, José Andreson responde processo em que, caso condenado, pode ter o registro profissional cancelado. O procedimento deve ser finalizado até a segunda semana de dezembro, afirma o presidente do Crea, Emanuel Mota.

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