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Em 18 dias, chuvas no Ceará atingem média histórica para fevereiro
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Em 18 dias, chuvas no Ceará atingem média histórica para fevereiro

Até ontem, havia chovido 138.8 mm, 17% a mais da média histórica, de 118.6 mm
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Em 2020, tivemos o melhor mês julho em relação a chuvas desde 2017 (Foto: FÁBIO LIMA/O POVO)
Foto: FÁBIO LIMA/O POVO Em 2020, tivemos o melhor mês julho em relação a chuvas desde 2017

Após 18 dias de quadra chuvosa, o volume de precipitações no Ceará excedeu o esperado para o mês de fevereiro. Conforme dados monitorados e divulgados pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), já choveu 138.8 milímetros (mm), 17% a mais da média histórica, de 118.6 mm. Em janeiro, ainda em pré-estação, o resultado também foi comemorado: chuvas 41% acima do normal para o mês.

Mesmo com chuvas intensas e distribuídas na primeira metade de fevereiro, as precipitações precisam ser melhores nas regiões-chave para garantir o abastecimento dos principais reservatórios como o Castanhão, o Banabuiú e o Orós. As macrorregiões onde as precipitações ficaram ainda abaixo da média mensal de fevereiro são Ibiapaba e Cariri, com respectivamente 21,2 e 1,5 pontos percentuais negativos.

No Sertão Central, as chuvas ficaram 18,4% acima da média. Já na região Jaguaribana, 5,5% maior. As informações são dos sistemas de monitoramento da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e da Funceme.

Na Região Jaguaribana, onde reservatórios estão com apenas 5,5% e 2,6% da capacidade (bacias do Alto e Médio Jaguaribe, respectivamente), é importante ter chuvas acima da média para compensar os últimos sete anos de seca, que deixaram vários açudes em volume morto, após recargas insuficientes.

Também estão com baixo volume os açudes das macrorregiões do Banabuiú e Sertões de Crateús, com 6,27% e 5,63% da capacidade. Juntos, neles caberiam 3.191 hm³ de água, mas só há 197 hm³. Já nos litorais de Fortaleza, Pecém e Norte, a situação é confortável.

Dos 155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 90 estão com volume abaixo dos 30%, dentre os quais os principais reservatórios do estado: Castanhão e Orós, com 2,4% e 4,74%, respectivamente.

A pré-estação registrou precipitações 16,9% acima da média histórica para o bimestre. Conforme balanço da Funceme, as chuvas acumuladas nos meses de dezembro e janeiro somaram 152,3 mm, 22 mm a mais em relação à média do período, que é de 130,3 mm.

A previsão da Funceme é de que fevereiro e março sejam os meses mais chuvosos do quadrimestre. Em 2019, os quatro meses do período chuvoso finalizaram com volume dentro da média (676,3 mm).

O prognóstico para a estação chuvosa detalha 45% de probabilidade de chuvas acima da média para o primeiro trimestre. Há 35% de chances para a categoria em torno da normal e 20% para a categoria abaixo da normal para o trimestre.

Raul Fritz, meteorologista da Funceme, detalhou ao O POVO, que apesar de o cenário continuar favorável, o Ceará pode ter redução nas precipitações. "Pode ter dias com menos chuvas e outros com mais chuvas. Podemos ter uma diminuição do número de municípios banhados pelas chuvas e depois voltar a aumentar. É uma característica do Estado, do semiárido". (Com Matheus Facundo)

 

Seca

A área do território do Ceará classificada sem seca relativa apresentou variação positiva entre dezembro e janeiro, passando de 7,95% para 19,43%. Os dados são do Monitor de Secas.

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