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São muitos os apreços por Fortaleza. Sem falar da saudade
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São muitos os apreços por Fortaleza. Sem falar da saudade

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Fortaleza, Ceará Brasil 11.04.2020  Parque do cocó Fontenele/O POVO) (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Fortaleza, Ceará Brasil 11.04.2020 Parque do cocó Fontenele/O POVO)

O sentimento de muitos fortalezenses nesta quarentena é o de saudade de lugares e paisagens. Locais que antes pareciam certezas de alcançarmos com alguns passos ou percorrendo poucos quilômetros. Como revelação do que realmente nos importa, os dias de isolamento têm deixado vir à tona paixões e amores por cantos e hábitos. Alguns nem nos fazia pensar neles. Estavam ali, parte de um cotidiano que criamos. Como os amores que temos e não pedem reflexão ou palavras de carinho.

Mas hoje, 13 de abril, faz celebrarmos a juventude de Fortaleza, que chega aos 294 anos, externando apreços por cantos da Cidade que já amávamos ou que a quarentena nos mostrou especial. Se não vamos a esses locais, o jeito é manter na lembrança e desejar fazer parte deles o mais breve possível, como sonha Marcelo Jucá. Afastado do mar, onde surfava todos os dias, o empresário leva a saudade imaginando chegar na Praia do Futuro com o filho recém-nascido e viver ao ar livre.

E com o convívio na rua, sem muros, também sonha Anna S. Moradora do Barroso, ela recorda o cheiro da pipoca e os gritos das crianças na praça do Violeta. Ficaram novamente vivas as memórias da infância no lugar, as leituras de livros deixados para todos na praça e o encontro com os amigos. "Nunca dei valor", se ressente a jovem com alma de poetisa.

Desse trafegar livremente, em contato com a natureza e com as pessoas, também sente falta o prefeito de Fortaleza. As caminhadas e corridas no Parque do Cocó são lembradas por Roberto Cláudio com pesar. "Vamos correr de novo no Cocó, vamos compartilhar novamente a bicicleta e o equipamento de ginástica na praça do bairro", declara em sinal de esperança.

De lugares culturais lembram Daniel Arruda e Virgínia Fukuda. O arquiteto recorda as apresentações no Centro Dragão do Mar e no Aterro da Praia de Iracema. Já a bordadeira anseia voltar ao cinema do Dragão, ver feirinhas no local com o neto mais novo e finalizar a saída com um bom café.

Para Benício Pitaguary, a saudade é do Pici. "Foi lá onde tive meus primeiros estudos com mais profundidade sobre a relação do homem e natureza", reflete o primeiro geógrafo indígena da Universidade Federal do Ceará (UFC) em meio às lembranças.

E no jeito mais cearense de ser, festejando as belezas de Fortaleza, suas ruas e bares, o cantor e humorista Falcão rememora a Bodega do Bar Ferrim. O cotidiano do lugar era "tirar o gosto com panelada, limão e siriguela, conhecer uma ruma de gente, mangar do povo, cantar". A cara da nossa cidade.

E assim seguimos, alimentando nossos sentimentos com a crença em dias melhores. Em que a saudade se transformará em vivenciar o que amamos em Fortaleza de corpo e alma.

 

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