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9 profissionais de saúde tiveram recorrência de sintomas de Covid-19
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9 profissionais de saúde tiveram recorrência de sintomas de Covid-19

Como não há evidências de que exista imunização permanente, é preciso que os métodos de proteção como o uso de máscaras e higiene das mãos sejam mantidos mesmo por quem já teve a doença
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Conforme advogada, muitas mulheres deixam de fazer determinadas atividades por medo de ter que pegar um ônibus em determinado horário (Foto: Barbara Moira)
Foto: Barbara Moira Conforme advogada, muitas mulheres deixam de fazer determinadas atividades por medo de ter que pegar um ônibus em determinado horário

Entre os dias 11 e 19 de junho, o Ceará registrou nove casos de recorrência dos sintomas de Covid-19 em profissionais da saúde de estabelecimentos públicos e privados. Destes, seis apresentaram febre, tosse e falta de ar entre 53 e 70 dias após a primeira vez que tiveram a doença: dois técnicos em radiologia do sexo masculino e quatro médicos, sendo uma do sexo feminino. Alguns apresentavam doenças pré-existentes, como hipertensão, asma e rinite.

Segundo nota técnica publicada pela Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), a maioria dos casos evoluiu sem complicações, porém um dos indivíduos voltou a apresentar insuficiência de oxigênio no sangue e outro necessitou internamento em Unidade de Terapia Intensiva pelo mesmo motivo, evoluindo com melhora. Ainda de acordo com o documento, foi observado que na maioria dos pacientes, a quantidade de sintomas apresentados no segundo episódio foi maior em relação ao primeiro.

Segundo o estudo da Sesa, os possíveis motivos para a recorrência da doença em uma pessoa que já teve Covid-19 seriam dois: a probabilidade do paciente se contaminar, receber alta e, após refazer o teste, voltar a indicar o resultado positivo; e a melhora no estado de saúde para depois voltar a apresentar sintomas. A nota técnica afirma que não é possível comprovar se a pessoa foi novamente infectada pelo novo coronavírus.

O infectologista do Hospital São José e um dos estudiosos da pesquisa, Keny Colares, explica que os dois cenários podem ter relações entre si, mas que outras pesquisas precisam ser realizadas sobre o assunto, já que, por ser um novo vírus, outras descobertas devem acontecer. "Os casos que aconteceram foram em profissionais de saúde, mas não são exclusivos deles. Devemos ficar atentos a possibilidade e informar o seguinte: as pessoas que já tiveram a doença não devem se descuidar das medidas de proteção", destaca.

Para Ivo Castelo Branco, infectologista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), a produção de anticorpos não deve ser motivo para descumprir o isolamento social e as medidas sanitárias, pois estudos recentes apontam que a Covid-19 não os estimula como outras doenças. Enquanto o IgG (anticorpo que indica a imunidade) pode ser permanente para doenças como catapora ou sarampo, no caso do coronavírus, eles diminuem muito rapidamente. "Pelos estudos que estão sendo colocados, algumas pessoas parecem produzir menos anticorpos que as pessoas que tiveram mais sintomas da doença. Em alguns casos, com apenas três meses de quadro agudo a pessoa já não tem mais IgG", indica.

De acordo com a infectologista Melissa Soares, que atua no Hospital São José, a imunidade só é possível com quantidade elevada de anticorpos, que é aumentada a partir da exposição regular a uma vacina, capaz de despertar a memória imunológica de uma pessoa. "Não basta ter o teste de sorologia positivo para estar livre da Covid-19. Apenas a vacina pode garantir a imunidade, desde que tomada de forma regular", salienta.

O Ceará contabiliza 129.598 casos confirmados de Covid-19, com 6.678 mortes causadas pela doença, sendo 19 ocorridas em 24 horas. Os dados são da plataforma IntegraSUS, atualizados pela Sesa. O número de recuperados é de 102.145. Fortaleza tem a maior quantidade de casos confirmados, com 37.621, seguida de Sobral (7.765).

O Brasil atingiu hoje a marca de um milhão de casos recuperados. De acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados ontem à noite, o país acumula 1.713.160 de casos confirmados e 67.964 mortes, sendo 1.223 mortes registradas nas últimas 24 horas. Outras 4.105 estão em investigação. O painel do órgão também trouxe 44.571 novos casos diagnosticados de terça-feira para quarta. (Com Ismia Kariny e Marília Freitas)

 

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