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Mesmo com alta de novos casos, UTIs do Ceará têm a menor ocupação por Covid-19 em 20 dias
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Mesmo com alta de novos casos, UTIs do Ceará têm a menor ocupação por Covid-19 em 20 dias

A menor taxa do mês foi registrada em 8 de outubro, com 56,7% da ocupação dos leitos de UTI para Covid-19
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Das 46 unidades que constam na última atualização do sistema, 16 têm pacientes com Covid-19 (Foto: Reprodução/Twitter)
Foto: Reprodução/Twitter Das 46 unidades que constam na última atualização do sistema, 16 têm pacientes com Covid-19

A plataforma IntegraSus, vinculada à Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), aponta a menor ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido à Covid-19 nos últimos 20 dias. Esta quinta-feira, 29, começa com 57,79% das vagas preenchidas. A menor taxa antes dessa foi registrada em 9 de outubro: 57,01%. No dia 8, a plataforma indicou o menor índice para o mês até agora: 56,7%.

Por organização administrativa, as unidades públicas apresentam a maior ocupação, cerca de 63,04%. Os leitos das entidades sem fins lucrativos estão com 59,82% das vagas preenchidas. Quanto às particulares, o percentual chega a 46,85%.

É justamente nas entidades privadas que a taxa de ocupação dos leitos de enfermaria (59,82%) supera à da UTI. Cenário diferente vivem as outras duas organizações: Na rede pública, as enfermarias têm quase metade (33,5%). Na outra modalidade é ainda menor (24,55%).

O aumento de 72% de novos casos da enfermidade na Região de Saúde de Fortaleza, que compreende 42 cidades e a capital, provocou reorganização na dinâmica de hospitais, como o da Unimed Fortaleza, e ao recuo nas medidas de reabertura econômica por parte do governo do Estado.

Nessa quarta, o presidente da Unimed Fortaleza, Elias Leite, publicou vídeo onde comenta a alta de quase 30% em internações por Covid-19 em 24 horas. Segundo ele, o número subiu de 54, na terça, para 70 admissões no dia seguinte. Em relação ao número de leitos de Terapia Intensiva ocupados passou do 18 para 21 no mesmo período. O gestor disse ao O POVO na terça que, mesmo com quadro sem muitas complicações, a situação é preocupante.

De acordo com o Madison Mont'Alverne, diretor técnico do Hospital São Camilo Fortaleza, o equipamento tinha média de 95 a 100 pessoas por dia com suspeita de Covid-19. Na última segunda-feira, foram atendidos 133 pacientes com síndromes gripais. O número seguiu acima de 100: terça, 119, e quarta, 117.

"Não houve aumento na ocupação de leitos de UTI e enfermarias, por um fator determinante: a procura por atendimento tem sido mais precoce, ou seja, com gravidade menor e sem necessidade de internação", comentou o médico. Segundo Mont'Alverne, até o momento, o número de leitos não foi ampliado. Os protocolos permanecem os mesmos desde o início da pandemia. "Mas estamos vigilantes dia após dia", garantiu.

Nos últimos 15 dias, houve aumento gradual de 10% no volume de atendimento nas emergências dos hospitais do Sistema Hapvida comparado à média registrada nos 30 dias anteriores. É o que comenta Bruno Alves Pinto, superintendente médico regional do Sistema. A alta não se refletiu em internações na UTI ou enfermarias.

"Entendemos que a capacitação e o treinamento das equipes, como forma de mantê-los sempre atentos, às melhores práticas é a melhor forma de lidar com a epidemia. O Hapvida está com capacidade instalada em todas as praças", diz frente à possibilidade e a necessidade de reorganização em caso de segunda onda da doença. Conforme Bruno, há reuniões semanais para discutir o cenários e as práticas adotadas no contexto pandêmico.

Hospital Regional do Cariri é o equipamento com maior quantidade de pacientes internados em UTI (21), cerca de 67,74% dos leitos ativos. Seguido do Hospital Regional do Sertão Central (18), 90% da capacidade. O hospital Regional do Norte está com 17 pacientes nesta ala, 56,67 das vagas ofertadas.

Em Fortaleza, o Leonardo da Vinci, referência no tratamento de pacientes com Covid-19, está com 17 pacientes. No total, há 30 leitos ativos no equipamento. No Hospital do Coração, não há pacientes internados pela enfermidade. Conforme o integrasus, há oito leitos desocupados. Situação diferente no Infantil Albert Sabin. Por lá, todos os oito leitos destinados às crianças em tratamento contra a doença estão ocupados.

Apesar da ocupação total no Albert Sabin, as vagas do estado destinadas à UTI Infantil estão com 29,63% de ocupação. Para gestantes, 20%. Neonatal, 55%, e 60,55% das UTI para adultos.

A expectativa é de que nesta quinta-feira, 29, novo boletim epidemiológico da Covid-19 seja divulgado pela Sesa. Procurada pelo OPOVO para comentar sobre a reorganização dos leitos frente ao aumento no números de novos casos e se algum hospital teve de se reorganizar para receber os novos pacientes, a pasta pediu para esperar a divulgação do material, que deve trazer mais detalhes e análises sobre o cenário pandêmico no Estado. 

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