Desde o dia primeiro deste ano, precipitaram no Ceará 12,8 litros de água por metro quadrado. Nas palavras da previsão do tempo, foram 12,8 milímetros (mm). O normal esperado para o mês de janeiro são 98,7 mm. Assim, as chuvas estão, até o momento, 87% abaixo da média. Os dados são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e foram atualizados ontem. Hoje pela manhã, o órgão anuncia qual o prognóstico para os primeiros três meses da quadra chuvosa de 2021 no Estado - que vai de fevereiro a maio.
A comparação sobre o momento de chuvas de janeiro não é exata uma vez que o mês não acabou, mas é possível olhar também para dezembro. Enquanto o normal esperado são 31,6 mm, foram observados apenas 10,4 mm, um desvio negativo de 67%. Apesar dos baixos índices, o Estado inicia 2021 com o melhor volume hídrico dos últimos sete anos, conforme a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
Atualmente, 4,66 bilhões de m³ estão nos 155 açudes monitorados pelo órgão. O volume representa 25% da capacidade total dos reservatórios. Segundo o monitoramento hídrico, 65 açudes estão com níveis abaixo de 30% e apenas o açude Caldeirões, em Saboeiro, está acima de 90%. Os três maiores açudes do Estado, Castanhão, Orós e Banabuiú, apresentam 10,8%, 20,2% e 11,8% armazenados, respectivamente.
A expectativa é que o volume acumulado supra as necessidades da população durante todo o ano, o que não descarta a necessidade de boa quadra chuvosa. "O abastecimento humano está garantido com os bons números de aporte de 2020 e com todo o processo de diversificação da matriz hídrica utilizado pela gestão hídrica", afirma o secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira. Mesmo com essa garantia, temos que ter cautela no uso da água e esperar que 2021 tenha uma quadra chuvosa ainda melhor que o ano que se passou."
No anúncio de hoje, a partir das 9h30min, a Funceme apresentará o prognóstico para o primeiro trimestre da quadra chuvosa. Pela primeira vez, o evento será transmitido para o público pelo canal do YouTube da Funceme e pela TV Ceará, canal 5.1. Participam do anúncio o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins, e o secretário Francisco Teixeira.
Em nota técnica divulgada pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), em 18 de dezembro, o Ceará chegaria com chances de chuvas acima da média histórica nas mesorregiões do Noroeste e Norte do Estado, Sertões e Jaguaribe. Esse cenário se estenderia pelo menos até março. O meteorologista David Ferran, da Funceme, alertou, no início deste mês, chances de ocorrência do La Niña (esfriamento das águas do oceano Pacífico) no Ceará em dezembro e se estendendo até fevereiro - possibilidade de 98%. De março a maio, a chance do La Niña cai para 52%. Se o fenômeno acontecer, esses meses serão chuvosos.