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No ritmo atual, Ceará pode levar até junho de 2024 para vacinar população
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No ritmo atual, Ceará pode levar até junho de 2024 para vacinar população

| Projeção | Se continuar no mesmo passo, vacinação dos grupos de risco deve ser finalizada em fevereiro de 2022
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CEARÁ recebeu ontem 80.500 doses da vacina da AstraZeneca/Oxford e 49.200 doses da CononaVac/Butantan  (Foto:  Governo do Ceará)
Foto: Governo do Ceará CEARÁ recebeu ontem 80.500 doses da vacina da AstraZeneca/Oxford e 49.200 doses da CononaVac/Butantan

Até esta quarta-feira, 24, 265.157 pessoas foram vacinadas no Ceará. Esse número corresponde a apenas 2,8% da população estimada do Estado (9.187.103) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se continuar no ritmo atual de imunização, o Ceará pode levar até junho de 2024 para vacinar toda população. Apesar de contar com um Programa Nacional de Imunização (PNI) que é referência internacional, estados estão imunizando em ritmo lento — com campanhas interrompidas em alguns municípios — pela falta de vacinas.

As primeiras doses chegaram ao Estado no dia 18 de janeiro. No dia seguinte, todos os municípios já dispunham dos imunizantes e iniciaram aplicação. Ao longo de pouco mais de um mês, 7.365 cearenses estão sendo imunizados por dia com a primeira dose, em média. Nesse passo, seriam necessários 1.247 dias para vacinar todo o Estado e a vacinação terminaria em junho de 2024. No caso dos grupos de risco, que compreendem 2.894.433 pessoas, o final da vacinação seria alcançado em fevereiro de 2022.

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Das pessoas vacinadas, 58.536 também receberam a segunda dose do imunizante. Ao todo, 323.693 doses foram aplicadas nos 36 dias de campanha, de acordo com o Monitoramento da Campanha de Vacinação Covid-19 no Ceará, divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa) nesta quarta, com dados atualizados até as 12 horas. São 96 municípios com a aplicação das remessas destinadas para a primeira dose concluída. Doze municípios já concluíram a vacinação com as remessas de segunda dose enviadas.

Atualmente, estão sendo vacinadas as pessoas que compõem a fase 1 dos grupos prioritários: profissionais de saúde, idosos institucionalizados, indígenas, pessoas com deficiência institucionalizadas e idosos a partir de 75 anos. Do total de pessoas que integram a primeira fase (617.926), 43% já foi vacinada.

Conforme Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Plataforma Científica Pasteur-USP, o ritmo lento de imunização traz riscos. "A consequência de não imunizar a população rapidamente é o surgimento de novas cepas como a de Manaus. E elas conseguem escapar da imunidade conferida pela vacina", explica.

Conforme Nakaya, que integra a Comissão de Ensino da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI), o PNI é "super eficiente em administrar as vacinas de rotina". "É um dos países mais capazes de vacinar uma população tão rapidamente. O entrave é a quantidade de vacinas. O PNI é muito bom e capaz de administrar vacinas para o Brasil inteiro, mas a questão é que não temos vacinas. O limitante é esse. Não é que falte logística", detalha.

Ontem, o Ceará recebeu 80.500 doses da vacina da AstraZeneca/Oxford e 49.200 doses da CononaVac/Butantan. Com a chegada de novas doses da AstraZeneca/Oxford, a Prefeitura de Fortaleza continuará a vacinação de idosos acima de 75 anos hoje, 25. O grupo prioritário receberá o imunizante através de vacinação domiciliar ou por drive-thru.

 

Ceará investiga 13 óbitos por nova variante do coronavírus

A variante P1 do novo coronavírus, oriunda de Manaus, pode ter causado a morte de 13 pessoas no Ceará. Ao todo, 190 casos de suspeita de infecção pela variante estão sendo monitorados pela Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado.

Até o momento há confirmação de três casos que pertencem à nova variante do vírus. A Vigilância Epidemiológica é notificada dos casos suspeitos nas unidades de saúde do Estado. Apenas um paciente veio transferido em acordo com o Estado.

Dos 190 pacientes, 79 (41,57%) são viajantes e 111 (58,42) são contactantes. Ainda de acordo com a Sesa, são 95 pacientes do sexo masculino e 95 do sexo feminino com suspeita de infecção pela nova variante do coronavírus. No dia 18 de fevereiro, Sesa apontava 107 casos suspeitos da nova variante. Os exames são analisados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Ceará e no Amazonas, por meio de sequenciamento total.

Os três pacientes que estão contaminados com a nova variante do vírus foram confirmados pela Sesa no último dia 8. São homens com mais de 60 anos e todos estavam internados em hospitais particulares de Fortaleza.

Segundo a Sesa, o fato de os três serem os primeiros confirmados não necessariamente significa que eles foram os primeiros infectados, pois não há ordem cronológica nas amostras confirmadas.

A variante P1 está presente em 184 casos identificados no País: Amazonas (60), São Paulo (28), Goiás (15), Paraíba (12), Pará (11), Bahia (11), Rio Grande do Sul (9), Roraima (7), Minas Gerais (6), Paraná (5), Sergipe (5), Rio de Janeiro (4), Santa Catarina (4), Ceará (3), Alagoas (2), Pernambuco (1) e Piauí (1). (Marcela Tosi)

Casos

Em um dia, o Ceará registrou 2.568 novos casos e 32 mortes a mais por Covid-19. Ao todo, são 416.790 casos confirmados e 11.104 óbitos pela doença no Estado

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