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Fevereiro foi o ano com menos assassinatos no Estado desde dezembro de 2019
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Fevereiro foi o ano com menos assassinatos no Estado desde dezembro de 2019

Foram 250 homicídios, redução de 45,5% na comparação com mesmo período do ano passado. SSPDS creditou redução a ações da própria Pasta
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homicidios no Ceara (Foto: homicidios no Ceara)
Foto: homicidios no Ceara homicidios no Ceara

Fevereiro passado foi o mês com o menor número de assassinatos registrado no Estado desde dezembro de 2019. Foram 250 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), indicador que reúne homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Os dados foram divulgados ontem pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS).

Os números apontam redução de 45,5% na comparação com fevereiro de 2020, que teve 459 assassinatos — e foi o mês que registrou a paralisação da Polícia Militar do Estado, tendo sido o mais violento desde janeiro de 2018. De dezembro de 2019, mês que registrou 205 CVLIs, para cá, apenas quatro meses haviam registrado menos de 300 homicídios. Além disso, os números vêm caindo gradualmente desde novembro do ano passado.

Em informe à imprensa, a SSPDS creditou a marca ao trabalho desenvolvido pelos órgãos vinculados, que se pautaram no "fortalecimento da inteligência, dos trabalhos operacionais e investigativos das polícias cearenses". Entre os resultados desse trabalho, cita a nota, estão a prisão ou apreensão de 2.808 pessoas em fevereiro e investigações aprofundadas como as feitas na operação Guilhotina, que levou à prisão de cúpula da facção criminosa Comando Vermelho no Ceará.

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"Esse nosso trabalho segue buscando cada vez uma queda maior, com muita integração, planejamento, estratégia e inteligência", afirmou o secretário Sandro Caron, por meio de assessoria de imprensa. Segundo ele, houve aumento "significativo" no número de abordagens policiais, assim como as investigações têm tido como foco pessoas que praticam homicídios, assim como as que ordenam esses crimes. Ele ainda destacou a utilização de tecnologias desenvolvidas na Pasta, como o "Status", que cria as chamadas manchas criminais, identificando áreas com maior incidência criminosa.

Para o sociólogo Ricardo Moura, pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) e colunista do O POVO, ainda é cedo para fazer qualquer projeção, sobretudo, porque, quando se analisa o ano que passou, os meses nos quais as medidas de isolamento social foram mais rigorosos apresentaram também maior número de homicídios. Para ele, as condições que afetam os CVLIs seguem presentes.
"A gente tem uma Polícia fortemente demandada, por questões relativas a policiamento de aglomerações, fechamento de estabelecimentos. Nós contamos ainda com o policiamento bastante sobrecarregado".

 

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