Uma mobilização organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF) e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro) aconteceu, nesta quarta-feira, 24, no Terminal do Papicu. Os trabalhadores reivindicavam prioridade na imunização de trabalhadores das áreas diante da pandemia da Covid-19. Fluxo de ônibus no terminal ficou interrompido por duas horas.
Terminal do Papicu para durante manifestação de trabalhadores em busca de prioridade na vacinação: https://t.co/eYRMO5hs8W pic.twitter.com/NVkgXC6MOd
— O POVO Online (@opovoonline) March 24, 2021
Raimundo Evaristo, diretor do STICCRMF, explicou o motivo da paralisação. "Nossa construção civil é essencial para trabalhar, mas não é para a vacina. Já morreram seis companheiros nossos da construção civil e a nossa preocupação com a classe trabalhadora é grande. Pedimos a vacina urgente", comenta.
Além da vacinação, as categorias cobram melhorias no plano de saúde e também a compra de novas doses de vacina para o Estado. "É um descaso, incluindo o Governo Federal, que não quer comprar vacina para que o povo mais pobre pare de morrer nos seus locais de trabalho", pede Domingos Neto, diretor do Sintro.
"Estamos iniciando hoje essas mobilizações e o que poderá acontecer é a nossa categoria entrar em greve por tempo indeterminado até o poder publico colocar nossa categoria como prioridade na vacinação", ressalta Domingos.
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes de Mudanças, Bens e Cargas do Estado do Ceará (Sindicam), José Tavares, também participou da mobilização. "Nós transportamos alimentos, remédios, todos os insumos que a sociedade necessita. Queremos que Camilo Santana tenha a iniciativa de colocar nossa categoria como prioridade na vacinação. Não só os motoristas, mas aqueles que ficam descarregando os caminhões".
A mobilização junto da chuva forte que atingiu o bairro gerou aglomerações no terminal e atrasou o expediente de alguns fortalezenses. Ellen Santos, que presta serviço em um hospital, foi uma das afetadas. "Já não tem ônibus, agora com essa paralisação só faz atrasar a vida do povo. Eles tão querendo ajudar, mas só ta atrapalhando", comentou. A opinião da auxiliar de limpeza Antônia Nascimento é diferente. "Tem que ter [a mobilização], os ônibus estão muito lotados", conversa.
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) reconheceu o ato realizado na manhã desta quarta-feira, e informou que às 11horas o serviço já estava normalizado. O órgão afirmou que está aberto ao diálogo com os trabalhadores.
"O Sindiônibus não foi notificado previamente sobre a ação e repudia qualquer ato que prejudique a circulação dos ônibus e impeça o deslocamento da população. A entidade reitera que o diálogo está sempre aberto e que as pautas devem ser tratadas sob negociação, sem prejuízo ao fornecimento do serviço de transporte".
Com informações do repórter Gabriel Borges