Uma operação da Polícia Civil do Ceará (PCCE) deflagrada nesta segunda-feira, 2, aprendeu 15 adolescentes de Caucaia e Fortaleza suspeitos de envolvimento em vários crimes que teriam sido arquitetados por organizações criminosas com atuação na Capital e Região Metropolitana. Denominada de “Infractio”, a ofensiva policial cumpriu mandados de busca e apreensão relacionados ao de tráfico de drogas, receptação, roubo, furto, lesão corporal dolosa e porte ilegal de arma de fogo. Os alvos foram 12 homens e três mulheres, com idades entre 15 e 17 anos.
As apreensões foram autorizadas pelas varas da Infância e Juventude de Caucaia e Fortaleza, a pedido da PCCE, com base nas investigações conduzidas pelo órgão. Na Capital, os agentes realizaram buscas em pelo menos 11 bairros. Já em Caucaia, houve cumprimento de mandado no distrito Jurema. A identidade e a imagem de todos os apreendidos foram preservadas, conforme determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
De acordo com a delegada Higina Hissa, responsável pelos inquéritos da Operação Infractio, há suspeitas de que os adolescentes tenham sido aliciados por chefes de facção para o crime organizado. “As investigações apontam que eles [adolescentes] podem ter agido em conjunto com organizações criminosas. Nos crimes de homicídio é que a gente consegue perceber o envolvimento deles com as facções”, revelou a delegada ao O POVO. Segundo ela, em todas as ocorrências de assassinato envolvendo os adolescentes alvos da Operação, havia a participação de um coautor com mais de 18 anos.
“Nos crimes de homicídio, sempre há o envolvimento de um imputável, ou seja, de um maior de idade. Muitas vezes, o adolescente assume o crime porque ele sabe que a penalização é bem mais branda do que a de um adulto”, detalha Hissa, lembrando que em casos como esses, o coautor do homicídio também pode responder pelo crime de corrupção de menores.
Segundo a Polícia Civil, os adolescentes apreendidos foram levados ao Núcleo de Atendimento Integrado (NAI) da Delegacia da Criança e do Adolescente - DCA, em Fortaleza. Eles devem permanecer na unidade até esta terça-feira, 3, quando está programada uma audiência de apresentação que vai definir a aplicação de medida de internação ou cumprimento de punição em regime de semiliberdade. O encontro será conduzido por magistrados das varas da Infância e Juventude da Capital e de Caucaia.
O termo que dá nome à Operação, “Infractio”, deriva do latim e faz referência às infrações cometidas pelos adolescentes alvos das investigações. Essa foi a segunda fase da ofensiva policial. A primeira ocorreu em 25 de maio último, ocasião em que 12 adolescentes foram apreendidos, também suspeitos de crimes como tráfico de drogas, receptação e porte ilegal de arma de fogo.
Higina Hissa adianta que a Polícia Civil já planeja os detalhes operacionais da terceira fase da Operação Infractio, que deve ocorrer em meados de outubro. “No nosso cronograma, está para daqui a dois meses fazermos outra. Por enquanto, continuamos na fase de levantamentos”, conta a delegada.
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