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Grande Messejana recebe operação para tentar conter guerra de facções
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Grande Messejana recebe operação para tentar conter guerra de facções

|SEGURANÇA| A "Guarida", outra operação permanente da SSPDS, realizou abordagens, fiscalizações e prisões. Área onde fica a Messejana viu homicídios dobrarem após racha em facção
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Operação Guarida durou 48 horas ininterruptas nas ruas da Grande Messejana (Foto: Ascom/SSPDS)
Foto: Ascom/SSPDS Operação Guarida durou 48 horas ininterruptas nas ruas da Grande Messejana

A região da Grande Messejana recebeu, nestas quinta, 2, e sexta-feiras, 3, uma operação de combate à criminalidade. A operação Guarida é mais uma das operações permanentes desenvolvidas pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e teve como foco uma região marcada nos últimos meses pelo conflito entre organizações criminosas. As comunidades Mangueira, Coqueirinho, São Miguel, Levada e Palmeirinha foram as principais visadas.

Entre os resultados da operação está a prisão, no bairro Messejana, de Daniel Targino de Oliveira, de 45 anos, contra quem havia um mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas. Ele era considerado foragido após interromper o monitoramento eletrônico. Daniel ainda tem passagens pela Polícia por crimes como homicídio, associação criminosa, posse ou porte ilegal de arma de fogo e roubo de veículo. Além disso, no Curió, 12 gramas de crack e cocaína foram apreendidos, após um cão policial farejar a droga no quintal de uma casa. A delegada Socorro Portela, coordenadora de Planejamento Operacional (Copol), da SSPDS, ainda afirmou que mandados de prisão por homicídio e estupro também foram cumpridos.

Além do patrulhamento ostensivo, outras ações foram desenvolvidas na região por outros órgãos da segurança pública. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) realizou fiscalizações de monitorados por tornozeleiras eletrônicas. O Corpo de Bombeiros realizou vistorias a estabelecimentos comerciais e notificou comércios. As equipes do Batalhão de Polícia de Trânsito Urbano e Rodoviário Estadual (BPRE) também fizeram abordagens de veículos. E helicópteros da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) também deram apoio à ofensiva. Ao todo, 200 agentes participaram da operação.

A operação foi desenvolvida a partir de estudos de dados fornecidos pela Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp). Conforme Socorro Portela, as estatísticas apontam que houve um aumento na criminalidade na região. Ela destaca a importância da operação mencionando o efeito imediato que trazem para as comunidades. “Na maioria das vezes, há um certo tempo que a Polícia Civil precisa para investigar. Mas essas operações, planejadas para cumprimento de mandados e saturações, no momento da operação e depois o que a gente já vê é essa tranquilidade”, diz.

A Área Integrada de Segurança (AIS) 3, onde fica a região da Grande Messejana, tem registrado um súbito crescimento no número de homicídios no segundo semestre deste ano. Conforme as estatísticas da SSPDS, entre julho e outubro, foram registrados 73 assassinatos. No mesmo período do ano passado, 36 mortes haviam sido contabilizadas. Em novembro, até o dia 24, último registro disponibilizado, 14 homicídios haviam ocorrido na AIS 3, contra 16 de todo novembro de 2020.

A Grande Messejana se tornou ainda mais desafiadora para a segurança pública em decorrência de um racha ocorrido dentro da facção Comando Vermelho, que levou ao surgimento de um novo grupo criminoso denominado “Neutros”. “Tal ruptura tem causado uma guerra entre os dois grupos, pois os membros da Massa, que são considerados traidores e ‘alemães’ (inimigos), foram ameaçados de morte pelo Comando Vermelho”, diz o Ministério Público Estadual (MPCE) em denúncia contra Igor Santos Gama, o "Igor da Mangueira" ou "Playboy", preso em 20 de setembro no São Miguel suspeito de integrar os "Neutros". “Além disso, percebe-se uma intensa disputa por territórios, em Fortaleza e na Região Metropolitana, especialmente em Messejana e Caucaia, o que tem ocasionado vários homicídios no Estado”.

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