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Homenagens lembram legado de honra e dedicação dos policiais federais assassinados
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Homenagens lembram legado de honra e dedicação dos policiais federais assassinados

Um dia após morte dos policiais, corpos foram enterrados em cemitérios de Fortaleza e Eusébio, na Região Metropolitana da Capital
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Agentes da PRF carregam caixão do policial rodoviário federal Raimundo Bonifácio do Nascimento Filho, no  cemitério da Parangaba (Foto: Photographer: FABIO LIMA)
Foto: Photographer: FABIO LIMA Agentes da PRF carregam caixão do policial rodoviário federal Raimundo Bonifácio do Nascimento Filho, no cemitério da Parangaba

Sob forte comoção e homenagens de familiares, amigos e colegas de profissão, os dois policiais rodoviários federais assassinados na última quarta-feira, 18, em Fortaleza, foram sepultados ontem, 19. Os corpos de Márcio Hélio Almeida de Souza, 52, e Raimundo Bonifácio do Nascimento Filho, 43, foram velados na sede da Superintendência da PRF-CE, no bairro Cajazeiras, de onde partiram os cortejos fúnebres em direção a cemitérios da Capital e do Eusébio, na Região Metropolitana.

Os funerais ocorreram em horários distintos. Ainda pela manhã, por volta de 11 horas, foi enterrado o corpo de Raimundo Bonifácio, no cemitério da Parangaba. Um comboio de motocicletas e viaturas da PRF, com sirenes ligadas, acompanhou o carro fúnebre até a chegada ao local do sepultamento. A despedida foi marcada por uma salva de tiros, realizada pelos colegas de corporação do agente.

O momento foi restrito a familiares, amigos e membros da PRF, contudo, do lado de fora do cemitério também havia pessoas que não conheciam o policial, mas foram ao local em um gesto de solidariedade. Foi o que fez o auxiliar de serviços gerais, Gustavo Augusto Rodrigues, 53, que mora próximo ao cemitério.

“Eles [os policiais] trabalham pela sociedade para defender o cidadão, dia a dia, toda hora, proteger nossas famílias. [É] pedir apoio às autoridades para que deem mais suporte às polícias Federal e Militar. Eu, como cidadão, estou muito triste com essa tragédia”, lamentou Gustavo.

Já durante a tarde, às 15h10min, o cortejo com o corpo de Márcio Hélio partiu da sede da PRF em direção ao cemitério Jardim Metropolitano, no município do Eusébio. Além das viaturas e motocicletas da PRF, um helicóptero da Polícia Militar do Ceará (PM-CE) também acompanhou o traslado.

ENTERRO do policial federal Márcio Hélio foi no Eusébio
ENTERRO do policial federal Márcio Hélio foi no Eusébio (Foto: Aurélio Alves)

O sepultamento ocorreu às 16 horas, com homenagens e clima de comoção entre familiares, amigos e colegas de corporação do agente. O momento também foi marcado por uma salva de tiros e depoimentos emocionantes de alguns parentes mais próximos do policial.

Bastante comovido, o pai de Márcio precisou ser amparado pelas pessoas que acompanhavam o enterro. O filho e a esposa do agente de segurança também foram consolados. A mulher vestia uma camisa do Ceará, o time do coração do marido.

Presente nos dois funerais, o inspetor da PRF, Márcio Moura, lamentou a morte dos colegas e disse que ambos deixam um legado de honra e dedicação à corporação. “Um dia muito emotivo, muito emocionante. Testemunho do quão guerreiros, honestos e honrados eram nossos colegas. Ver as pessoas nas ruas prestando solidariedade à PRF alenta os nossos corações. Não são vidas que vão de forma vã, são vidas que deixam um legado”, disse.

Natural do município de Baturité, no Norte do Ceará, Márcio Hélio era agente da PRF desde 2006. O colega de profissão Raimundo Bonifácio, nascido em Viçosa do Ceará, tinha praticamente o mesmo tempo de corporação. Eles foram assassinados na manhã da última quarta-feira, 18, por um homem em situação de rua, que conseguiu pegar a arma de um dos agentes e atirou contra ambos, durante uma abordagem de trânsito na BR-116, na altura do quilômetro 6.

O autor dos disparos foi morto por um policial à paisana que passava pela rodovia no momento do crime. O atirador foi identificado pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce) como Antônio Wagner Quirino da Silva, de 31 anos. As mortes serão investigadas pela Polícia Federal (PF). Até o momento, não há indícios de que houve a participação de outras pessoas no crime. (Colaboraram: Germana Pinheiro e Gabriel Borges)

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