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Ceará tem 5 casos confirmados e 157 notificações de varíola dos macacos
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Ceará tem 5 casos confirmados e 157 notificações de varíola dos macacos

Cinco pessoas da mesma família, sendo quatro crianças, residentes do município de Jati, estão com suspeita da infecção, conforme a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa)
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VACINA é uma estratégia de prevenção e de bloqueio para pessoas que tiveram contato (Foto: PHIL NIJHUIS/AFP)
Foto: PHIL NIJHUIS/AFP VACINA é uma estratégia de prevenção e de bloqueio para pessoas que tiveram contato

O Ceará soma cinco casos confirmados de varíola dos macacos e 157 notificações. Destes, 52 foram descartados laboratorialmente. Cinco pessoas da mesma família estão com suspeita de Monkeypox no município de Jati — quatro crianças e a mãe. As informações são da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), divulgadas nesta sexta-feira, 5. 

Do cinco pacientes que tiveram confirmação para a doença, quatro são residentes de Fortaleza e um é do município de Russas, com idades entre 26 e 43 anos. Os outros 100 casos estão em investigação, sendo um de um viajante de São Paulo e 99 de residentes distribuídos em 31 municípios cearenses. 

O perfil dos pacientes em investigação tem faixas etárias entre 4 e 75 anos, sendo 55 homens e 45 mulheres. 

Conforme a Sesa, "em todas as notificações foram aplicadas as medidas recomendadas, como isolamento, busca ativa de contatos e coleta de material para exames laboratoriais para elucidação do caso e para diagnóstico diferencial para outras doenças, que estão em processamento".

A pasta informa que tem monitorado o cenário junto às Vigilâncias em Saúde dos Municípios, "realizando publicação periódica de notas técnicas atualizadas sobre a Monkeypox". 

Cuidados em crianças

Conforme infectologista pediátrico Robério Leite, professor Adjunto de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e diretor da Regional Ceará da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm-CE), não há evidências bem definidas nesse sentido, mas, provavelmente, as crianças são mais vulneráveis ao vírus.

"Casos de Monkeypox na África, mostravam maior risco de complicações da doença em crianças menores de 8 anos. Provavelmente, isso deve estar relacionado com uma imaturidade do sistema imunológico", detalha.

No cenário atual, como protegê-las do risco de infecção? Conforme o infectologista pediátrico, a identificação e isolamento precoces de indivíduos com a doença representam uma maneira mais acessível de prevenção em qualquer idade no momento atual.

"A vacina, quando disponível, pode ser uma estratégia de prevenção e de bloqueio após contato com caso confirmado. Existe ainda a possibilidade de uso de imunoglobulina específica e de antiviral", complementa.

Principalmente durante a infância, os sintomas da varíola dos macacos podem ser confundidos com os de outras enfermidades, como catapora ou sarampo. Mas o professor explica que existem algumas peculiaridades do quadro clínico de Monkeypox que podem ajudar a diferenciar dessas doenças.

"Destacaria as lesões bolhosas e vesiculares com maior distribuição nas extremidades e na face, do que no eixo central do corpo, não poupando a palma das mãos e a planta dos pés, são dolorosas e o fato de se encontrarem num mesmo estágio evolutivo numa área próxima da pele", diferencia.

Ele ressalta outro aspecto: na catapora, por exemplo, a distribuição das lesões é o inverso do que ocorre em Monkeypox e as lesões se encontram em diferentes estágios evolutivos numa área de pele próxima. Em caso de aparecimento de lesão parecida com qualquer doença do tipo, deve-se procurar atendimento médico.

Ele acrescenta que a informação de que uma criança que desenvolva lesões compatíveis tenha tido contato recente com indivíduo suspeito pode ser uma pista fundamental para o diagnóstico.

O tratamento das pessoas infectadas envolve o suporte para as manifestações clínicas, como antitérmicos e boa hidratação, e o uso do antiviral específico. Ele aponta que "a questão é a dificuldade global para o acesso ao antiviral e à vacina, em função da rápida escalada global de casos e a ausência de estoques".

Municípios com casos suspeitos de Monkeypox: 

  1. Acaraú (1)
  2. Ararendá (3)
  3. Banabuiú (1)
  4. Brejo Santo (2)
  5. Caridade (1)
  6. Caririaçu (1)
  7. Cascavel (4)
  8. Caucaia (2)
  9. Crato (9)
  10. Farias Brito (1)
  11. Fortaleza (36)
  12. Fortim (1)
  13. Guaraciaba do Norte (1)
  14. Icapuí (1)
  15. Iguatu (1)
  16. Irauçuba (1)
  17. Itapipoca (1)
  18. Jaguaruana (2)
  19. Jati (5)
  20. Juazeiro do Norte (4)
  21. Maracanaú (4)
  22. Milhã (1)
  23. Pacajus (1)
  24. Pacatuba (1)
  25. Pedra Branca (1)
  26. Pereiro (1)
  27. Russas (2)
  28. São Gonçalo do Amarante (1)
  29. Sobral (6)
  30. Tamboril (2) 
  31. Tejuçuoca (1)
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