Os riscos de desabamentos são a ocorrência mais atendida pela Defesa Civil de Fortaleza nos últimos 14 anos. Entre janeiro de 2012 e julho de 2025, 14.568 casos do tipo foram registrados pelo órgão na Capital, cinco vezes mais que os alagamentos (2.586), segunda maior causa de acionamentos da pasta.
Os dados foram coletados pelo O POVO através do Observatório de Riscos Climáticos, plataforma recém lançada pela Prefeitura de Fortaleza com dados sobre clima e meio ambiente na cidade, e representam desabamentos totais Onde todo o imóvel é comprometido e parciais Onde apenas uma parte do imóvel, como muros ou colunas é comprometida .
Um dos motivos apontados pela Defesa Civil para a prevalência sobre as outras ocorrências é a frequência de eventos durante todo o ano. O cenário difere dos alagamentos e inundações, que ocorrem quase que em totalidade durante o primeiro semestre.
“Durante todo o ano a gente continua fazendo tanto o trabalho preventivo, quanto o trabalho emergencial de ocorrências estruturais. De 1° de janeiro até 31 de dezembro temos ocorrências todos os dias, seja por um muro, uma estrutura metálica, edificações privadas e públicas…”, explica o coordenador da Defesa Civil de Fortaleza, coronel Haroldo Gondim.
Além da prevalência dos riscos de desabamentos sobre outras causas de acionamento da Defesa Civil, os números mostram uma realidade de muitos prédios da cidade, que carregam problemas graves, mas latentes no dia a dia.
Esse foi o caso do Condomínio San Franccesco, no bairro Joaquim Távora, interditado em julho deste ano devido ao risco de desabamento. A descoberta dos problemas na estrutura do prédio veio de forma inesperada, após os condôminos decidirem realizar uma obra preventiva, já que o local não havia passado por reformas em seus 38 anos de existência.
Logo nos primeiros dias da obra foram encontradas rachaduras, suspeita de solapamento, recalque, entre outros problemas que levaram os engenheiros a acionarem a Defesa Civil e surpreenderem as mais de 30 famílias que moram ali.
“Na época, quando foi falado de esvaziar o prédio, de todos nós saírmos do condomínio foi um choque para todos. Muito não queriam aceitar e alguns resistiram por uma semana, mas foi aconselhamento do próprio engenheiro e optamos por isso em assembleia”, conta Marieta Cunha, síndica do San Franccesco.
Ao todo, foram quatro meses entre a interdição e o retorno dos moradores ao prédio no início de novembro. Durante o período, o prédio passou por reforma acompanhada semanalmente pela Defesa Civil, com o fito de corrigir os problemas e garantir a segurança dos moradores.
Gondim conta que existem casos como este, onde a interdição é imediata devido ao agravo da estrutura, mas também há ocasiões onde existe um período de ajustes antes da interdição, onde os proprietários são notificados pela Defesa Civil e recebem um prazo para corrigir os problemas apontados.
“Se a gente ver que não tem uma gravidade ao ponto de causar algum risco de vida, a gente apenas isola o local. Porque às vezes você chega em um prédio e o risco é na garagem que cobre seis carros. A gente isola o estacionamento. É muito difícil a gente chegar em um prédio como o São Francescco e tiveram que sair 30 famílias. Tem que ter esse bom senso, mas a gente nunca deixa um local com dúvida. Tem que ter certeza de que aquilo vai ou não ser um risco”, explica o coronel.
Quando o caso não pode ser resolvido em intervenções parciais, a saída é a desocupação. São casos como o do San Franccesco, onde as famílias precisam deixar suas casas e buscar uma nova moradia temporária.
A primeira opção é a casa de parentes e amigos, os quais o proprietário do imóvel pode inscrever no programa “Abrigamento Solidário”, realizado pela Prefeitura de Fortaleza através da Defesa Civil.
A pessoa fica abrigada no endereço cadastrado durante o tempo de duração da reforma e recebe kit assistencial e cestas básicas mensais para inquilinos e hospedeiros.
Há também, entretanto, situações onde a pessoa não tem familiares ou amigos a quem recorrer. No caso do San Franccesco, por exemplo, parte dos moradores era de outro estado, e por isso não tinha a quem recorrer na Capital.
“Para quem não tinha familiar, era de outros estados, outras cidades, teve que alugar outra moradia. Além de ter que pagar condomínio, taxa extra e teve que pagar aluguel em outro local”, conta Marieta.
Quem não tem condições de alugar um outro apartamento pode recorrer ao programa Aluguel Social também através da Defesa Civil, onde ela é incluída no programa da Prefeitura de Fortaleza e recebe R$ 400 por mês para alugar um novo imóvel.
“Se ela tiver um parente para ir a gente tem o programa de abrigo solidário. Até que seja reparado, consertado ou alguma outra solução, a gente ajuda com a cesta básica. Se a gente ver que é algo mais duradouro e ela vai ficar desabrigada, aí a gente entre com o aluguel social”, afirma Gondim.
Atualmente, 144 famílias estão inscritas no programa Aluguel Social de Fortaleza e dez no Abrigamento Solidário devido ao risco de desabamento de seus imóveis.
Entre os sinais de que um imóvel pode cair estão rachaduras e infiltrações, principalmente durante a quadra chuvosa. Se não forem reparados a tempo, essas falhas podem evoluir para problemas maiores e causar o desabamento do imóvel ou de estruturas parciais, como muros.
De acordo com a Defesa Civil, a causa dos desabamentos por muitas vezes é falta de manutenção preventiva, além de erros no projeto de construção ou na execução, o uso de material inadequado, ausência de um profissional habilitado responsável pela obra e mudança na função do imóvel.
A má compactação do solo também pode causar trincas e fissuras nas casas, sinais da possibilidade de desabamento. Nesses casos, é necessário acionar a Defesa Civil através da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), ligando para 190 ou através do 193, para que uma equipe faça a vistoria no imóvel.
Riscos podem obrigar famílias a saírem de suas casas
Quando o caso não pode ser resolvido em intervenções parciais, a saída é a desocupação. São casos como o do San Franccesco, onde as famílias precisam deixar suas casas e buscar uma nova moradia temporária.
A primeira opção é a casa de parentes e amigos, os quais o proprietário do imóvel pode inscrever no programa "Abrigamento Solidário", realizado pela Prefeitura de Fortaleza por meio da Defesa Civil.
A pessoa fica abrigada no endereço cadastrado durante o tempo de duração da reforma e recebe kit assistencial e cestas básicas mensais para inquilinos e hospedeiros.
Há também, entretanto, situações em que a pessoa não tem familiares ou amigos a quem recorrer. No caso do San Franccesco, por exemplo, parte dos moradores era de outro estado, logo não tinha a quem recorrer na Capital.
"Para quem não tinha familiar, era de outros estados, outras cidades, teve que alugar outra moradia. Além de ter que pagar condomínio, taxa extra e teve que pagar aluguel em outro local", conta Marieta.
Quem não tem condições de alugar um outro apartamento pode recorrer ao programa Aluguel Social também por meio da Defesa Civil, onde ela é incluída no programa da Prefeitura de Fortaleza e recebe R$ 400 por mês para alugar um novo imóvel.
"Se ela tiver um parente para ir a gente tem o programa de abrigo solidário. Até que seja reparado, consertado ou alguma outra solução, a gente ajuda com a cesta básica. Se a gente ver que é algo mais duradouro e ela vai ficar desabrigada, aí a gente entre com o aluguel social", afirma Gondim.
Atualmente, 144 famílias estão inscritas no programa Aluguel Social de Fortaleza e dez no Abrigamento Solidário devido ao risco de desabamento de seus imóveis.
Sinais de risco de desabamento
Entre os sinais de que um imóvel pode cair estão rachaduras e infiltrações, principalmente durante a quadra chuvosa. Se não forem reparados a tempo, essas falhas podem evoluir para problemas maiores e causar o desabamento do imóvel ou de estruturas parciais, como muros.
De acordo com a Defesa Civil, a causa dos desabamentos por muitas vezes é falta de manutenção preventiva, além de erros no projeto de construção ou na execução, o uso de material inadequado, ausência de um profissional habilitado responsável pela obra e mudança na função
do imóvel.
A má compactação do solo também pode causar trincas e fissuras nas casas, sinais da possibilidade de desabamento. Nesses casos, é necessário acionar a Defesa Civil através da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), ligando para 190 ou por meio do 193, para que uma equipe faça a vistoria no imóvel.