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A urgência de mais pesquisas
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Ciência e Saúde

A urgência de mais pesquisas

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A quilombola Marleide Nascimento, além de pedagoga e psicopedagoga, é pesquisadora do grupo Conflitos Socioambientais, Suicídio e Quilombos (COSQUI). O espaço pensa, contribui e atua diversificadamente em alguns territórios quilombolas do Brasil.

Ele foi pensado por estudantes e pesquisadores quilombolas em um momento em que os estudantes da Unilab Ceará estavam vivendo conflitos internos e externos no espaço acadêmico.

Hoje, segundo a pesquisadora, o estudo vem trazendo dados relevantes sobre o alto índice de adoecimento mental, sobretudo nas mulheres quilombolas, as mais afetadas. Para Marleide, isso é fundamental para a discussão nacional da saúde mental da população quilombola.

"Atualmente, temos um curso de saúde contracolonial que rodou em alguns territórios do Brasil e com isso temos material pedagógico que fortalece e contribui positivamente com as escolas nas discussões sobre a temática citada", revela.

Ela destaca a falta de efetivação da política nacional de saúde quilombola e a necessidade de sua aprovação, que vai garantir o olhar múltiplo para a especificidade dessa população, que precisa compreender sua etnia e os problemas que a atravessam.

"A falta de pesquisas evidencia que, se não formos nós por nós, não terá quem faça. Por isso estamos com outros pesquisadores, para construir. Cansamos de ser só objeto de pesquisa, hoje somos nós que pesquisamos. O nosso adoecimento é pela falta de acesso à política pública e território, e de não nos enxergarem como sujeitos com direitos", afirma.

Ana Eugenia, também pesquisadora do Cosqui, que, ao lado de Marleide, coordena o coletivo de educação quilombola do Ceará, lembra que o investimento na educação é primordial e tem que ser contextualizado e pautado nas populações vulneráveis, com letramento racial e quilombola.

 

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