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Operação apura fraude contra o INSS que teria gerado prejuízo de R$ 6,6 milhões
Cotidiano

Operação apura fraude contra o INSS que teria gerado prejuízo de R$ 6,6 milhões

|Segurança|PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de um vereador de Pindoretama e empresários
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Ao todo, 110 policiais federais participaram da operação Papili (Foto: Divulgação/PF)
Foto: Divulgação/PF Ao todo, 110 policiais federais participaram da operação Papili

Uma operação foi deflagrada na manhã de ontem, 11, pela Polícia Federal (PF) para obter provas sobre uma organização criminosa que fraudaria o benefício de Amparo Social ao Idoso. Um vereador de Pindoretama (Região Metropolitana de Fortaleza) e empresários do ramo de construção e de vestimentas estão entre os alvos da operação Papili, como foi batizada. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão nos municípios de Pindoretama, Cascavel (Região Metropolitana de Fortaleza) e Itaiçaba (Vale do Jaguaribe). Durante o cumprimento das ordens judiciais, expedidas pela 11ª Vara da Justiça Federal, um homem foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Ao todo, 110 policiais federais participaram da ofensiva.

Conforme a PF, o esquema atuaria a partir da aquisição ou falsificação de documentos públicos, tais como RGs, CPFs e certidões de nascimento. Dessa forma, pessoas inexistentes eram "criadas" e, com isso, os benefícios obtidos. Também haveria o aliciamento de familiares de pessoas mortas, para que os benefícios continuassem a ser pagos.

A partir de uma troca de informações com o Núcleo Regional de Inteligência -(Nuint/CE), da Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista (CGINT), a PF obteve indícios de que o grupo, composto por 20 pessoas, tinha até 150 cartões magnéticos de benefícios do INSS, sacando mensalmente os benefícios. Inicialmente, o grupo atuaria na Bahia, mas, após ação da PF naquele estado, eles migraram para o Ceará.

Conforme o delegado Cláudio Carvalho, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários do Ceará, os saques ocorriam desde o ano de 2015 e o prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 6,6 milhões. Conforme a PF, o esquema criminoso poderia culminar em prejuízos superiores a R$ 1 bilhão.

A investigação ainda apura os crimes de lavagem de dinheiro e agiotagem, assim como ameaças e até homicídios, que teriam ocorrido para assegurar a continuidade da fraude. Conforme Carvalho, os alvos da operação tinham registro de arma de fogo.

O material apreendido pela PF ontem será alvo de análise, assim como o fluxo financeiro dos suspeitos, que começaram a ser ouvidos a partir da próxima semana. Se comprovados os crimes, os envolvidos podem receber penas até 30 anos de prisão pelos crimes de organização criminosa, estelionato previdenciário, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. Eles podem receber pena ainda maior se confirmados demais crimes, como os homicídios.

"O nome da operação (Papilo) remete ao nome dado pelos investigados aos cartões magnéticos, que são provas das fraudes", informou a PF (Com informações de Jéssika Sisnando). 

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