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Jornalistas compram cadastro na 99Pop e mostram facilidade para se tornar motorista com perfil falso

Repórteres do O POVO mostram como funciona o mercado clandestino de falsificação de perfis em aplicativo de transporte

00:00 | 19/08/2018

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[FOTO1] Para comprovar a facilidade na compra dos cadastros falsos de aplicativos de transporte particular - e confirmar que o comércio também acontece em Fortaleza -, O POVO refinou a busca para vendedores locais. A busca se deu em grupos de Facebook e nas ofertas do Mercado Livre, antes de chegar a um anúncio na OLX.


"Vendo conta 99Pop com cartão, tem um débito de 60 reais, ok? R$ 120", dizia o anúncio com localização da Granja Lisboa, em Fortaleza. A abordagem à vendedora foi pela ferramenta de chat do aplicativo. Em menos de uma hora, compra acertada. Encontro combinado num shopping.

 

 

Leia também: Motorista preso acusado de usar dados de pacientes inválidos, falsificar cadastro em aplicativo e estuprar passageiras


 
 
 
No local, O POVO telefonou para o número que a mulher havia dado como sendo de seu esposo - que seria o responsável pela negociação. O ponto de encontro seria a praça de alimentação. Após alguns minutos, o marido da negociadora apareceu.
 
 

O aplicativo foi aberto no celular do repórter - motoristas têm uma versão própria do app, seja no Uber ou 99Pop. Foram inseridos nos campos de cadastro os dados de login, anotados pelo vendedor em um pedaço de papel. Como último passo no processo de verificação, o aplicativo enviaria automaticamente um código de confirmação para o celular do antigo proprietário da conta. Falta de sorte, o número cadastrado era o da esposa, a que assinava o anúncio na OLX.

[SAIBAMAIS]

Espera de alguns minutos enquanto o vendedor tentava contatar a esposa para que ela lhe passasse o código recebido, mas a comunicação entre os dois não se completou. A transação foi abortada antes que o aplicativo pudesse funcionar no celular do repórter, para evitar desconfiança e antes de ter em mãos o cartão que garantiria a retirada do saldo adquirido após cada viagem realizada. Despedidas, combinando um novo encontro para o dia seguinte.


Decepção com o fracasso da operação, decidimos telefonar para o vendedor alguns minutos depois da despedida. Ele garantiu que conseguiria o código e voltaria se encontrar. Insistimos, perguntamos se não seria possível agilizar o processo para aquele mesmo dia. Talvez percebendo ansiedade na voz do repórter, o negociador começou questionar as motivações daquela compra.


 
 
 

"Mas você já é motorista da 99Pop?", perguntou. Com a negativa, perguntou por que a opção por pagar pelo cadastro quando seria possível criar um registro novo gratuito no aplicativo. Desconversamos que seria para evitar a burocracia oficial. "Mas é muito simples. Você entra no site, se cadastra e pronto. É automático", respondeu o vendedor do cadastro. Desconfiança visível do negociador.


Jornalistas contam os bastidores da reportagem:
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Tentamos reforçar a justificativa que havíamos apresentado, mas em certo ponto da conversa o negociador decidiu expor sua cisma: "Olha, na verdade eu estou achando isso tudo muito estranho. Não tem sentido você querer comprar esse cadastro se você nunca foi motorista da 99. E você nem tem cara de motorista...". Foi um xeque. Insistência interrompida.


Após a reflexão sobre as falhas na negociação, O POVO consultou uma fonte, também motorista de aplicativo, que ajudou desde o início da investigação jornalística. "Vocês deveriam ter dito que eram motoristas, mas que o app bloqueou a conta de vocês". O suficiente para entender que quem compra um cadastro falso já teve seu perfil original cancelado pela empresa.


Novos argumentos, papéis invertidos. Na primeira tentativa de compra, um dos repórteres havia aparecido como comprador enquanto o outro havia se dedicado a filmar a compra. Com novo perfil, respondemos ao anúncio na OLX, encontro marcado para o dia seguinte. Desta vez no estacionamento de um supermercado no Siqueira. Era o mesmo negociador do shopping, mas o repórter era outro - agora mais orientado sobre possíveis desconfianças.


Quando questionados sobre já ter dirigido pela 99Pop, confirmamos, mas com informando que nossa conta havia sido bloqueada. O argumento falso foi o suficiente. O vendedor cadastrou os dados no celular do repórter, depois consultou a esposa dele sobre o código de verificação e, em menos de dez minutos, validou o registro. Estávamos cadastrados no app. O vendedor ensinou a conectar o radar das viagens, orientou sobre como aceitar ou recusar solicitações, repassou o cartão para pagamentos, recebeu o pagamento em dinheiro. Houve pechincha. O valor de R$ 120 pedido pelo cadastro baixou para R$ 100. Negócio fechado.


Na volta ao jornal, enquanto o aplicativo era testado no celular, percebemos que, apesar do local da foto do motorista exibir o rosto do vendedor que havíamos encontrado há pouco, o nome não correspondia à mesma pessoa. Uma busca rápida nas redes sociais mostrou que havia um homem com aquele mesmo nome em Sorocaba (SP). O nome cadastrado no aplicativo se mantém inalterável, mas a foto pode ser modificada facilmente. Dedução de que o repórter estava como terceiro proprietário daquela conta.


Para confirmar a validade da compra, um repórter ativou o radar de viagem ao mesmo tempo em que outro solicitou um carro pelo aplicativo em seu celular. Foi imediato. Pedido recebido no smartphone, corrida aceita. Se perguntasse o nome do motorista, a resposta seria a identidade do proprietário original. Toda a tratativa entre O POVO e o negociador de cadastros dos apps foi com o conhecimento dos delegados que investigam as acusações de estupros cometidos pelo técnico em radiologia Patrick Gomes do Nascimento, preso na última quinta-feira, dia 16. Ele confessou seis estupros contra passageiras, mas a Polícia apura que seriam pelo menos dez vítimas.

Nota da 99Pop sobre o caso:

"A 99 informa que já pediu a abertura de investigação dos desvios envolvendo perfis da plataforma para os órgãos responsáveis. A empresa está auxiliando ativamente nas apurações, fornecendo os dados necessários.


A 99 possui um processo de melhoria contínua de seus mecanismos de validação de motoristas. O aplicativo está incluindo em seu procedimento de revisão novas variáveis com vista a identificar mais estratégias de pessoas má intencionadas e aumentar a segurança da plataforma.

 

Os perfis identificados são imediatamente bloqueados, ficando impedidos de realizar corridas.


Encorajamos que usuários, passageiros e motoristas, denunciem através da Central de Ajuda no app ou pelo telefone 0300 3132 421.


A 99 repudia profundamente qualquer forma de ilegalidade e violência.


Sobre segurança na 99:


A 99 possui uma equipe especialmente dedicada à segurança, composta por mais de 30 pessoas incluindo ex-militares, engenheiros de dados e psicólogos. O time trabalha 24 horas por dia, sete dias por semana, cuidando exclusivamente da proteção dos usuários.


O app disponibiliza um canal emergencial de atendimento exclusivo para incidentes de segurança no 0800-888-8999. A assistência oferece apoio emocional e auxílio imediato -- que pode incluir o envio de um carro em ocorrências em que a vítima tenha sido deixada num local ermo ou desconhecido, por exemplo.


A empresa realiza rodadas de treinamento para motoristas, em que apresenta um curso com dicas práticas de proteção e orientações de combate ao assédio, desrespeito e discriminação. Em Fortaleza, o evento aconteceu no dia 7 de março, com a presença de mais de 500 pessoas."

Números

 

100 reais foi o preço negociado. compra feita sem apresentação de documento 

JÁDER SANTANA, CARLOS MAZZA

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