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Bolsonaro foca Nordeste na estratégia para tentar recuperar popularidade
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Bolsonaro foca Nordeste na estratégia para tentar recuperar popularidade

Presidente deve cumprir agenda política intensa durante a semana, a depender de sua situação de saúde em relação à covid-19
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Presidente Bolsonaro em contato com apoiadores na recente viagem a Nova York (Foto: Alan Santos/PR
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Foto: Alan Santos/PR Presidente Bolsonaro em contato com apoiadores na recente viagem a Nova York

No momento de intensa reprovação ao governo desde que assumiu a presidência da República em 2019, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) organiza uma série de viagens pelo Brasil para comemorar a semana em que completa mil dias de mandato. Através da entrega de obras, entre elas uma hidrelétrica, o objetivo do mandatário é percorrer todas as cinco regiões do País. A informação é da Folha de S.Paulo.

A partir da terça-feira, 28, até o dia 1º de outubro, sexta-feira, Bolsonaro deve realizar visitas ao Nordeste, Norte, Sudeste, Centro-Oeste e Sul. As duas últimas regiões serão visitadas no mesmo dia pelo presidente, na sexta.

A confirmação da agenda, porém, ainda aguarda o resultado dos testes de Covid-19 que ele deve realizar neste fim de semana. O exame deve-se ao teste positivo do ministro Marcelo Queiroga (Saúde) em Nova Iorque, durante a Assembleia Geral da ONU. Caso o resultado seja negativo, o mandatário poderá abandonar o isolamento e se dedicar ao projeto.

A série de eventos e viagens buscam recuperar grande parte da popularidade de Bolsonaro, em declínio nos últimos meses. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na última semana, 53% da população considera a gestão do presidente ruim ou péssima, um novo recorde.

A pesquisa foi realizada entre os dias 13 a 15 de setembro, quando o instituto ouviu presencialmente 3.667 pessoas com mais de 16 anos, em 190 municípios de todo o País. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

A ideia do governo é que Bolsonaro visite ao menos uma cidade de cada região e participe por videoconferência de inaugurações populares. Durante as viagens, além dos eventos de lançamento de obras, o chefe do Executivo nacional pretende conceder entrevistas a rádios locais. A ação faz parte da nova estratégia de comunicação presidencial.

A orientação é que o presidente participe de eventos mais populares e vistos, como inaugurações de hidrelétrica ou rodovias. Porém, a escolha da agenda e das cidades caberá ao próprio Bolsonaro. Auxiliares do presidente afirmam que o chamado "entregaço" já estava sendo organizado há pelo menos quatro meses.

No planejamento, estão eventos que envolvem o Ministério da Defesa até a Saúde, Educação, Desenvolvimento Regional, Ciência e Tecnologia e Infraestrutura, etc. A lista de obras a serem entregues ainda não foi concluída, mas a expectativa é que sejam anexados atos de assinatura de concessão de aeroportos e rodovias, além da liberação de trechos duplicados em estradas.

A grande preocupação do Planalto também deve-se aos resultados da última pesquisa eleitoral Datafolha que traz o o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como favorito na disputa para 2022. O petista acumula intenções de voto entre 42% e 46% no primeiro turno. Logo atrás vem o atual mandatário, Jair Bolsonaro (sem partido), com preferência entre 25 e 26%.

Além disso, a pesquisa também revelou que Bolsonaro segue sendo o pré-candidato com maior rejeição nas eleições de 2022. Segundo o levantamento, 17, 59% dos entrevistados não votariam no mandatário de forma alguma.

Leia mais nas páginas 8 a 10, no editorial 18, e na 19

 

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