O Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), ligado à Universidade Federal do Ceará (UFC), deverá receber pacientes ambulatoriais encaminhados pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) para realizar procedimentos de cateterismo. A decisão aconteceu em acordo firmado na sexta-feira, 8, entre a unidade, a Sesa e o Ministério Público do Ceará (MPCE).
A ação é colocada em prática para diminuir os prejuízos no atendimento desde que dois aparelhos de hemodinâmica do Hospital Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM) quebraram.
De acordo com a promotora de Justiça Ana Cláudia Uchôa, a unidade de saúde federal possui duas máquinas de hemodinâmica e, em janeiro, executou apenas 10 cateterismos.
Foi, então, recomendado que fosse dado apoio aos atendimentos do HM. "Nos últimos meses, a demanda por cateterismo cardíaco no Ceará aumentou porque as duas máquinas do Hospital do Coração estavam quebradas. Uma delas completamente parada e a outra funcionando precariamente, apenas para os enfartes", afirmou Ana Cláudia Uchôa.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec) também foi oficiado pelo órgão ministerial para realizar inspeção no HUWC, na área cardiológica, em um prazo de 30 dias, averiguando se há existência de irregularidades ou subutilização de equipamentos e profissionais. A promotora disse que será recomendado à Sesa que providencie, com urgência, o reparo.
Ainda de acordo com a promotora, durante 8 meses, o HUWC foi recomendado a enviar, mensalmente, toda a produção de cateterismo, para acompanhamento por parte do MPCE. "É inconcebível que a unidade de saúde que tem duas máquinas de hemodinâmica realize um numero tão baixo de procedimentos por mês. O que não se pode aceitar nos dias de hoje", afirma.
De acordo com informações da Sesa, os dois equipamentos do Hospital de Messejana tiveram de passar por manutenção, um deles parando de funcionar. O outro, conforme a pasta, dá prioridade prioridade aos pacientes internados e aos casos de urgência. Os atendimentos eletivos, entretanto, foram suspensos.
"O HM reforça que precisa seguir os trâmites legais para aquisição de novas peças e para serviços de manutenção. Somente nos primeiros seis meses do ano, foram realizados 4.452 procedimentos nesses aparelhos, entre eles cateterismo", afirma nota da Sesa.
Não foi informada a data prevista para que os aparelhos voltem a funcionar e o atendimento seja normalizado.(Leonardo Maia com colaboração de Danrley Pascoal)