Responsável por captar recursos para construção e manutenção de equipamentos turísticos no Ceará, o Fundo de Desenvolvimento do Turismo do Ceará (Fundetur) agora pode receber aporte de empresas privadas. Isso porque foi aprovada ontem, na Assembleia Legislativa do Estado, uma mensagem proposta pelo governador Camilo Santana (PT) para flexibilizar as fontes que alimentam a reserva.
Antes, as atividades financiadas obtinham suas dotações orçamentárias consignadas nos órgãos e entidades executores, com fonte de recursos identificada por código próprio do Fundetur. O texto - que prevê a modificação na norma que cria o fundo (Lei complementar de Nº 158, de 14 de janeiro de 2016) - ainda precisa ser sancionado pelo chefe do Executivo estadual, e entrará em vigor somente após a publicação no Diário Oficial do Estado (DOE), ainda sem data prevista.
De acordo com o secretário do Turismo do Ceará, Arialdo Pinho, a meta é atrair mais investimentos. "Agora, estamos aptos a receber mais facilmente recursos de terceiros. E, com isso, vamos procurar patrocinadores, sendo empresas privadas e do próprio governo dirigido por fundo", explica. "Também estamos preparando para ter uma fonte de recursos mais forte proveniente do próprio governo, mas é um assunto para depois. Esse é primeiro passo", projeta.
Na prática, o fundo custeia programas, atividades e projetos turísticos, ações voltadas para aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos que compõem a estrutura turística e de eventos do Estado. Além de serviços públicos e infraestruturas locais ligadas a setor.
Arialdo participou do II Encontro de Líderes, realizado no Centro de Eventos do Ceará (CEC), ontem. O evento debateu sobre os desafios de oportunidades de empreendimentos do segmento. Para o diretor do Beach Park, Murilo Pascoal, as taxas de juros mais baixas são indicativo de crescimento das atividades turísticas. "No Ceará, especialmente, com todo desenvolvimento, com base no crescimento do aeroporto, tudo isso desenha um cenário positivo para o Brasil", assinala.
Também participaram do debate o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, o presidente da Emprotur, Bruno Reis, Diogo Cotrin, CEO da Nostrun Partners etc.
Alexandre Solleiro, diretor da BHG, apontou a necessidade de atrair operadoras internacionais ao País. Para ele, é fundamental ter mais conectividade aérea, com preços mais interessantes. "Não quer dizer que sejam melhores que as brasileiras, como elas estão representadas internacionalmente, a exposição que elas darão aos produtos delas no Brasil será diferente. Elas poderão acelerar esse processo", disse, destacando que é importante segurança jurídica.
CVC
O fundador da CVC Brasil e GJP Hotels & Resorts, Guilherme Paulus, disse ontem que está procurando terreno no Ceará para a construção de um resort.