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Ceará gera 10,3 mil empregos com carteira assinada em 2019
Economia

Ceará gera 10,3 mil empregos com carteira assinada em 2019

Dados do Ministério do Trabalho revelam que foram 385.096 admissões contra 374.777 demissões. É o segundo ano consecutivo de saldo positivo no Estado
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BRASIL registrou abertura de mais de um milhão de vagas de trabalho em apenas um trimestre (Foto: AGÊNCIA BRASIL)
Foto: AGÊNCIA BRASIL BRASIL registrou abertura de mais de um milhão de vagas de trabalho em apenas um trimestre

Os dados do emprego formal no mercado de trabalho cearense revelam que 385.096 admissões e 374.777 demissões foram realizadas no Ceará em 2019. O saldo positivo foi de 10.319 empregos gerados no Estado. Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. O resultado marca o segundo ano consecutivo de saldo positivo.

Entre os setores, destaque para o de serviços, que empregou 173.741 e dispensou outros 161.958, gerando saldo de 11.783 vagas abertas no ano passado. Outra área que teve números expressivos de geração de emprego foi o comércio, com 2.429 postos de trabalho abertos no ano passado.

Apenas dois setores mais demitiram do que contrataram: a construção civil e a indústria. A primeira teve saldo negativo de 3.805 vagas e a segunda de 1.282. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Ricardo Coimbra, o resultado significa a continuidade de um processo lento de formalização do mercado de trabalho cearense.

Sobre os setores, Coimbra ressalta que no caso da construção civil, por exemplo, as grandes construtoras ainda têm muito estoque de imóveis aguardando compradores. A queda dos juros e ofertas no setor imobiliário podem contribuir. Já o agronegócio, que teve saldo positivo, diz que, para continuar com crescimento, depende das chuvas e do aumento da base hídrica do Estado para alavancar a produção.

Ainda retraída desde a crise, a indústria voltou a demitir mais do que contratar no ano passado, mesmo após 2018 interromper sequência de anos ruins na geração de emprego no setor.

O presidente do Corecon-CE avalia que isso ainda é reflexo dos problemas da conjuntura nacional, que afetam a industrialização do País. O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) é observado como ponto de exceção no Estado, bem verdade porque o segundo município cearense que mais demitiu foi Maracanaú, que tem importante polo industrial, e São Gonçalo do Amarante gerou saldo positivo de apenas 69 vagas.

"Provável é que, com a elevada capacidade ociosa das empresas, principalmente do setor industrial, o processo de recuperação chegue mais rápido na geração de emprego. Qualquer tipo de recuperação da atividade econômica teremos espaço para contratação de mão de obra", completa.

O resultado positivo do ano passado ainda colocou o Ceará como o 16º estado do Brasil de melhor desempenho na geração de emprego formal. O primeiro foi São Paulo, com mais de 184,1 mil de vagas abertas. O segundo ano seguido não desfaz os prejuízos causados entre 2015 e 2017, quando mais de 74,1 mil postos de trabalho foram fechados no Estado.

Tamanho fechamento de vagas acentuou um problema que, segundo o pesquisador da área de Economia Aplicativa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE), Daniel Duque, é um dos principais desafios: a alta informalidade. Ele explica que no mercado do Sul e Sudeste os resultados do emprego formal, principalmente no comércio e na construção civil, já representam uma retomada mais firme do mercado de trabalho.

O analista da FGV/IBRE pontua que as regiões Norte e Nordeste ainda não engrenaram de forma mais abrangente por terem, segundo ele, "uma cultura de informalidade grande". "Essa é uma questão estrutural que necessita de uma mudança forte, ao longo de muitos anos, para observarmos um fortalecimento maior do mercado formal", explica.

Para 2020, Daniel Duque espera uma repetição de fatores vista no ano passado, como o incentivo ao consumo e uma massa salarial que cresce num ritmo razoável.

 

CENÁRIO

DEMISSÕES

Total de 16 cidades cearenses pesquisadas pelo Caged tiveram resultado negativo em 2019. A pior disparada foi Sobral, com o fechamento de 2.176 postos de trabalho. Três cidades da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), Maracanaú (-702), Cascavel (-320) e Pacajus (-106) também estão na lista. As duas primeiras completam o triste pódio do mercado de trabalho formal no Ceará.


SUBSETORES

Dentro dos setores, as áreas que mais empregaram no Estado foram: Indústria do material elétrico e de comunicações, com 1.591 vagas abertas - crescimento de 49% em um ano. O comércio varejista abriu 1.724 novas vagas. No setor de serviços, destaques para os ramos de Comércio e administração de imóveis, valores mobiliários, serviço técnico, que abriu 4.081 vagas; Serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção, redação, com 3.759 empregos; e Serviços médicos, odontológicos e veterinários, que contratou 3.512 profissionais.


DEZEMBRO

Analisando somente os resultados de dezembro vemos dados negativos. No Ceará, foram contratadas 22,7 mil pessoas, enquanto 26,1 mil foram dispensadas dos seus serviços. Isso gerou saldo negativo de 3.396 vagas. Os setores que contribuíram para esse resultado foram: Indústria (-1.780 vagas), construção civil (-1.442), serviços (-913), agropecuária (-491), administração pública (-141).

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