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Lojas de materiais hospitalares são alternativas para comprar álcool e máscara
Economia

Lojas de materiais hospitalares são alternativas para comprar álcool e máscara

Os produtos faltam nas prateleiras e a alternativa tem sido as lojas de materiais hospitalares. No entanto, os preços estão mais elevados e já começam a faltar as mercadorias nestes locais
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FORTALEZENSES buscam máscaras para se proteger do coronavírus (Foto: Fotos Thaís Mesquita)
Foto: Fotos Thaís Mesquita FORTALEZENSES buscam máscaras para se proteger do coronavírus

A alta demanda por álcool em gel e máscaras descartáveis de proteção em razão do novo coronavírus (covid-19) tem pressionado a elevação de preços destes produtos e zerado as prateleiras das farmácias espalhadas pela Capital. Os relatos são de aumento de 30% a 150% nos valores. Neste contexto, pessoas de baixa renda têm ainda mais dificuldades de prevenção frente à pandemia.

 Com o objetivo de economizar ou substituir, muitos têm pesquisado sobre a fabricação de álcool em gel caseiro. Ontem, essa pesquisa cresceu 157% no Google. Em busca deste artigo e máscaras, O POVO percorreu cinco drogarias nos bairros de Fátima, Montese, Parangaba e Damas e confirmou a escassez em todos os locais. Alguns consumidores têm recorrido aos estabelecimentos especializados em itens hospitalares para encontrá-los.

Foi o caso da analista de sistema Regina Cláudia Vasconcelos, 42, que esteve nesta busca em uma loja na avenida João Pessoa. "Eu sempre compro porque sou alérgica, mas, agora, com essa crise, tenho comprado mais para a família, mas está difícil encontrar. Antes, eu pagava menos de R$ 20 nas caixas (de máscaras) e agora R$ 50", questiona.

A loja, que optou por não divulgar o nome, informou que o produto escalou de R$ 50 para R$ 180 para os revendedores. Em outro estabelecimento do setor, na Parangaba, o álcool em gel ficou sem estoque durante todo o domingo último. No dia anterior, clientes adquiriam o antisséptico por R$ 15. Ontem estava por R$ 20.

Durante procura nas farmácias, O POVO não encontrou os produtos à venda. Algumas alegam estar há uma semana sem estoque, com previsão de reposição no fim desta semana. Uma delas, situada na avenida Alberto Magno, vendeu as 300 unidades no último sábado. Outra, na avenida Aguanambi, teve reposição de 30 produtos que esgotaram em menos de uma hora.

Os preços observados nas prateleiras vazias variam de R$ 8 (60) a R$ 19,90 (500 g), de acordo com a marca. O diretor tesoureiro do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma-CE), Maurício Filizola, afirma que os distribuidores não têm estoque suficiente para repor. "A produção industrial vem sofrendo com o aumento na procura, principalmente, por não ter embalagem para envasar o material. O problema não é apenas em relação à matéria-prima", diz.

"Não há preparo da indústria e nem do varejo para atender essa demanda fora do padrão", complementa. Conforme informações colhidas com redes de farmácias e distribuidores do produto, a projeção é que essa normalização do estoque não ocorra a curto prazo. "O consumidor deve estar atento a comprar só a quantidade necessária. O álcool em gel deve ser uma ferramenta de controle", acrescenta.

Diferentemente do álcool em gel, o álcool 70% também está sendo muito procurado, apesar de não ser de articulação fácil por se tratar de um produto líquido. Não há ainda notificação de falta do material.

Questionado sobre a possibilidade de aumento de preço com o crescimento da procura e pouca oferta, Maurício Filizola afirma que a precificação do produto é livre e vai depender de indústrias e distribuidoras. Reconhece, no entanto, que o mais indicado é congelar os preços "por questão de saúde pública". (Colaborou Rubens Rodrigues)

 


Peregrinação nas farmácias

O consumidor César Augusto Sobral, 68 anos, procura desde a última sexta-feira, 13, álcool em gel e máscaras cirúrgicas nas farmácias. "Já fui em cinco e nada. Preocupa-me porque estou no grupo de risco. O jeito é lavar as mãos com frequências e ter mais cuidado", destaca. Ele esteve em uma farmácia na avenida Aguanambi, na manhã de ontem, e mais uma vez não conseguiu encontrar os produtos.

CUIDADO

Não é recomendável produzir álcool em gel em casa. O produto não terá a mesma qualidade que o álcool em gel vendido em farmácias e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Veja os seis mitos sobre o covid-19 no O POVO Online.

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) afirmou que não foi identificado desabastecimento, mas problema de reposição devido ao maior número de clientes em algumas lojas, no fim de semana.

 

SERVIÇO

Onde O POVO encontrou os produtos

Companhia dos Médicos

Av. Dr. Silas Munguba, 692 - Parangaba, Fortaleza - CE, 60714-242

Telefone: (85) 3037-1980

(Não tem máscara, apenas álcool em gel)

Valor: R$ 20 (500 g)

Multi Hospitalar

Telefone: 3491-1175

Endereço: Pátio Damas, na R. Apólo, 2-66

Álcool em gel: R$ 15 (20 g)

*Estoque já estava acabando

 

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