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Ceará é o estado mais competitivo do Norte-Nordeste
Economia

Ceará é o estado mais competitivo do Norte-Nordeste

Estado subiu duas colocações em ranking nacional de competitividade, saindo da 12ª para 10ª posição, segundo o Centro de Liderança Pública (CLP)
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ranking de competitividade dos estados (Foto: luciana pimenta)
Foto: luciana pimenta ranking de competitividade dos estados

O Ceará ficou entre os dez estados mais bem avaliados no Ranking de Competitividade dos Estados, o melhor resultado do Norte e Nordeste. Os dados, divulgados pelo Centro de Liderança Pública (CLP), dizem respeito aos números obtidos em 2019, analisando a capacidade competitiva da administração pública das unidades federativas a partir de 73 indicadores distribuídos em dez pilares temáticos.

Entre os estados mais bem avaliados no levantamento, o Ceará foi o que deu o maior salto, de duas posições. E se tornou ainda o segundo das regiões Norte e Nordeste a chegar entre os dez primeiros na história do ranking - o primeiro foi a Paraíba, em 2018. Em um ano, saiu da 12ª para 10ª melhor colocação, superando Paraíba - mais competitivo do Nordeste no ano passado - e Rio de Janeiro. O primeiro lugar da lista ficou com São Paulo, assim como nas duas últimas edições.

De acordo com o levantamento, o Ceará avançou em cinco dos dez pilares, com destaque para segurança pública, sustentabilidade social, solidez fiscal, potencial de mercado e inovação. Outro ponto positivo foi que o Estado se manteve entre os melhores avaliados em educação.

A melhora no pilar segurança pública do Ceará foi puxada pelo bom desempenho nos indicadores de segurança patrimonial, com ganho de 11 posições, e de segurança pessoal, avançando nove lugares. O head de competitividade do CLP, José Henrique Nascimento, diz que todos os indicadores de resultados que podem ser encontrados pelo próprio cidadão. Os dados estão ligados não só ao trabalho do Executivo, mas também do Judiciário e Legislativo, além de informações sobre cidades.

"O ranking está chegando à nona edição, desde 2011, e continuamente passa por aprimoramento. É muito importante do ponto de vista técnico e político para a administração pública dos estados brasileiros", destaca. Nascimento ainda lembra que existem estados que utilizam esses resultados para pautar políticas públicas, pois o ranking se torna um balizador da qualidade de vida nos estados, além do ambiente mais propício para os investimentos.

Bom desempenho em indicadores importantes

Segundo ele, o Ceará, por ter mantido a boa qualidade dos indicadores de educação e solidez fiscal, e melhorado no seu ponto fraco, a segurança, o Estado conseguiu boas notas em índices que têm forte peso na avaliação.

"O Ceará ocupa a primeira posição em indicadores da educação e é o que tem a melhor capacidade de investimentos do País. Em cenário tão difícil e tão complexo, o consegue esse destaque sendo o melhor do País", reforça.

O que impediu maior avanço no ranking foram resultados preocupantes em algumas áreas: a quantidade de pessoas jovens que morrem, sendo a segunda pior média do País. Também aparece mal na quantidade de pessoas presas sem condenação, além da baixa produtividade do Judiciário. Nascimento afirma que são problemas em cadeia, "diretamente relacionados à baixa produtividade do Judiciário, o que reflete no déficit carcerário no Estado, em que o Ceará é o segundo pior. Qualitativamente falando, é preciso parar e analisar esse resultado".

Situação do Judiciário influencia queda no quesito máquina pública

Lucas Cepeda, gerente de Competitividade do CLP, observa que o Ceará não tirou nota zero em nenhuma das avaliações e "vemos que o Estado evoluiu muito nos indicadores que o puxavam muito para baixo na segurança pública", porém, "existe um problema claro de produtividade e resultados do Judiciário cearense" que puxou a queda no quesito eficiência da máquina pública.

Realizado em parceria com a B3, a Tendências Consultoria e a Economist Intelligence Unit, o ranking terá resultado apresentado oficialmente em evento transmitido pela TV Estadão e vai contar com a participação de oito governadores em quatro painéis temáticos. A mediação dos debates será comandada pela jornalista e apresentadora Vera Magalhães.

FORTALEZA, CE, BRASIL, 01-11-2013: Novos policiais militares do Ronda do Quarteirão, fazem juramento durante solenidade. Formatura de policiais militares pelo Governo do Estado, no Centro de Eventos do Ceará. (Foto: Evilázio Bezerra/O POVO)
FORTALEZA, CE, BRASIL, 01-11-2013: Novos policiais militares do Ronda do Quarteirão, fazem juramento durante solenidade. Formatura de policiais militares pelo Governo do Estado, no Centro de Eventos do Ceará. (Foto: Evilázio Bezerra/O POVO)

Segurança pública, educação e solidez fiscal puxam crescimento do Estado

Mais bem colocado entre os estados do Norte e Nordeste, o Ceará apresentou crescimentos significativos entre os objetos analisados. Subiu seis posições no pilar segurança pública, saindo da penúltima posição e chegando ao 20º lugar.

Também manteve o quinto lugar no pilar educação, subiu duas posições em solidez fiscal e alcançou a quarta colocação. O ponto negativo fica por conta das quedas em capital humano (uma posição) e eficiência da máquina pública (nove posições).

No resultado regional, o Nordeste, além do Ceará na lista dos dez, teve Bahia e Maranhão melhorando suas posições no ranking, na comparação com igual período do ano passado. Ainda assim, os dois estados ainda ocupam a metade inferior da tabela.

Em 2020, sete dos nove estados nordestinos ficaram fora dos 14 primeiros estados tabelados. Destes, dois mantiveram suas posições e quatro pioraram seus desempenhos. O destaque negativo fico com o Piauí, que perdeu três posições e foi o penúltimo do ranking, só na frente do Acre.

Sobre o Ranking de Competitividade dos Estados

O Ranking de Competitividades dos Estados é realizado há nove anos pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a B3, Tendências Consultoria e a Economist Intelligence Unit.

Na edição 2020, o levantamento também reuniu dados sobre destaques e desafios enfrentados por áreas essenciais da administração pública no combate à Covid-19 a partir de 73 indicadores, distribuídos em dez pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública dos estados brasileiros.

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