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Arrecadação de ICMS volta a crescer no Estado
Economia

Arrecadação de ICMS volta a crescer no Estado

| Recuperação | Em agosto, o Governo contabilizou R$ 1,2 milhão em ICMS, alta de 12,75% em relação a igual período de 2019. Arrecadação total cresceu 4,67% no mês
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Arrecadacao do governo do Estado (Foto: luciana pimenta)
Foto: luciana pimenta Arrecadacao do governo do Estado

Depois de quatro meses no vermelho, a arrecadação do Governo do Ceará com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que representa 95,4% da arrecadação própria do Estado, voltou a crescer. Em agosto, fechou em R$ 1,2 milhão. Alta nominal de 12,75% em relação a igual período de 2019. Houve crescimento também no IPVA, o que levou a um acréscimo de 4,67% no total recolhido no Estado no mês. Porém, no acumulado do ano, as perdas de receitas chegam a R$ 1,4 bilhão (-9,96%).

Os dados são do balanço de arrecadação divulgado pela Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz-CE). Em agosto, dos sete maiores segmentos econômicos contabilizados pelo Estado, quatro já apresentaram variação positiva em relação a agosto de 2019.

Varejo foi o setor que registrou maior crescimento (31,19%), seguido do atacado (19,44%), indústria (11,38%) e combustíveis (2,44%). Porém, ficaram no vermelho energia elétrica (-9,46%), comunicação (-3,71%) e transporte (-2,08%).

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Ao longo do ano, a arrecadação do ICMS vinha crescendo acima do equivalente apurado em 2019 até março. Depois caiu de forma brusca em abril (-24,11%), reflexo do primeiro mês das políticas de isolamento mais rígido no Estado, em razão da pandemia do novo coronavírus, quando as atividades econômicas foram praticamente paralisadas. Mas, o ápice da perda de receitas foi constatado em maio quando foram arrecadados apenas R$ 641,6 milhões de ICMS, montante 37,4% inferior a igual mês do ano anterior (R$ 1 bilhão).

Nos meses seguintes, conforme foi avançando o plano de reabertura das atividades econômicas implementado pelo Governo, as perdas foram arrefecendo. Para se ter uma ideia, em julho, a variação já foi de apenas -10,76% no equivalente de 2019.

No acumulado do ano, de janeiro a agosto, o balanço na arrecadação de ICMS ainda é negativo em 7,22%. Mas, para o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), Ricardo Coimbra, o processo de recuperação econômica do Estado vem surpreendendo. E se continuar neste ritmo é possível que daqui a dois meses o total arrecadado já seja igual ou superior ao acumulado em 2019.

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"Os gráficos de julho já demonstravam que estávamos caminhando para o equilíbrio, mas conseguir reverter a curva em agosto é espetacular. E mostra, a meu ver, o sucesso do processo de retomada das atividades, considerando que 95% das atividades voltaram, mas ainda têm setores que ainda não foram autorizados a reabrir ou ainda não estão funcionando de forma plena. Além disso, os números da saúde também não aumentaram de forma significativa".

Ele acredita que medidas de socorro aos empresários, como a possibilidade de renegociar os débitos tributários, devem  ajudar a recompor as perdas de arrecadação ocorridas na pandemia. Para além da retomada dos setores, outro fator que vem contribuindo para o processo de reversão dos indicadores econômicos é o avanço nas formalizações. De junho a agosto, foram contabilizadas 18,2 mil novas inscrições no cadastro da Sefaz. Alta de 21,33% no comparativo a igual período de 2019.

Em agosto, dentro da arrecadação própria, foram contabilizados ainda pouco mais de R$ 47, 6 milhões de IPVA, 59,7% a mais do que igual mês do ano passado. Somados os demais impostos e as taxas estaduais, a arrecadação própria do Estado chegou a R$ 1,2 bilhão no mês. No comparativo com igual período de 2019, houve uma variação nominal de 12,65% e, em valores reais, atualizados pelo IPCA, alta de 9,97%.

Já as transferências constitucionais tiveram decréscimo nominal de 11,65% e de 13,75% em valores reais, fechando o mês em R$ 489,3 milhões. O total de receitas arrecadadas pelo Estado foi de R$ 1,7 bilhão (4,67%). Deste montante, 72% é de arrecadação própria.

No acumulado do ano, o desempenho das receitas totalizou R$ 13,4 bilhões, encerrando o período com variação nominal acumulada de -9,96%, ante igual período de 2019. Sendo a maior queda observada nas receitas próprias (11,5%), enquanto que as transferências constitucionais apresentaram recuo de 6,79%.

Na avaliação do vice-presidente do Instituto Brasileiros dos Executivos de Finanças no Ceará (Ibef- CE), Raul dos Santos, a recomposição das receitas pelo Estado será fundamental tanto para garantir o nível de investimentos públicos para estimular a economia, como para atrair investidores. "Mesmo com a pandemia, o Ceará tem conseguido manter o equilíbrio das contas e isso é um ponto fora da curva no contexto nacional, o que pode facilitar a busca por investidores externos".

 


40 mil toneladas de minério de ferro chegaram ao Porto de Fortaleza
40 mil toneladas de minério de ferro chegaram ao Porto de Fortaleza

Ceará exporta minério de ferro para Espanha

O Porto de Fortaleza iniciou ontem o carregamento de aproximadamente 40 mil toneladas de minério de ferro da empresa MDN, de Sobral. É a primeira exportação deste tipo de minério para a cidade de Gijon, na Espanha.

"Com uma produtividade (velocidade de embarque) excelente, a expectativa é que a operação seja finalizada neste final de semana", informou a diretoria da Companhia Docas do Ceará.

A operadora do porto informou que segue negociando várias cargas para este modal marítimo.

De janeiro a agosto, o montante movimentado de granéis sólidos - incluindo cereais e não cereais - pelo Porto de Fortaleza, de janeiro até agosto, foi de 1.559.166 toneladas.

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