Logo O POVO+
Gasolina no Ceará sofre alta de 3% em uma semana e é a mais cara do Nordeste
Economia

Gasolina no Ceará sofre alta de 3% em uma semana e é a mais cara do Nordeste

A gasolina comum comercializada nos postos do Estado custava em média R$ 5,13, a quarta mais cara do Brasil. Há quatro semanas a gasolina segue em trajetória de alta
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Aumento nos preços dos combustíveis deve continuar (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA Aumento nos preços dos combustíveis deve continuar

O valor do litro da gasolina no Ceará segue em disparada e fechou a semana passada sendo encontrada por até R$ 5,34 nos postos de combustíveis cearenses. Dados levantados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), revelam que a média cobrada no Estado pelo litro é de R$ 5,135, enquanto na semana anterior era de R$ 4,987, acréscimo de 2,96%. A gasolina comum comercializada nos postos do Estado é a mais cara da Região e a quarta mais cara do Brasil. Há quatro semanas a gasolina segue em trajetória de alta de preços.

A variação desde o início do ano já chega a 7,9% em menos de dois meses. No Estado, o ano iniciou com valor da gasolina nas bombas por R$ 4,758, em média. Quanto ao diesel, a média de preços do combustível ficou em R$ 4,049, com valores que podem chegar ao máximo de R$ 4,25. No mesmo período, apenas três estados nordestinos têm médias de preços mais altas do que o Ceará.

O Ceará tem o GLP de 13 kg (botijão de gás) mais caro do Nordeste, custando em média R$ 86,09. O mesmo cenário acontece com o Gás Natural Veicular (GNV), o mais custoso da Região para os motoristas cearenses, com média de R$ 3,722 na última semana. E com o etanol, que tem o litro nos postos com média de preços de R$ 4,019, com valor máximo que chegou a R$ 4,199.

Os aumentos devem persistir nas próximas semanas. O consultor nas áreas de Petróleo e Gás, Bruno Iughetti, explica que dentro da diferença que há entre os preços praticados pela Petrobras e os praticados no mercado internacional, além da variação cambial, a defasagem entre os valores está em torno de 6%. Ou seja, a Petrobras ainda poderá aumentar o valor dentro dessa margem a qualquer instante.

Esse processo, espera Bruno, deve acontecer em etapas para que o preço não suba de forma abrupta de uma só vez. Sobre a mudança de condução e a possibilidade de mudança na política de preços da Petrobras no atual momento, crítica.

"Acho que isso seria uma temeridade. Pois todas as vezes que buscamos bloquear artificialmente os aumentos, tivemos conclusões muito ruins, prejudicando a Petrobras e a sociedade, por causa dos aumentos ficarem represados", analisa Iughetti.

No entendimento do consultor, a saída para o problema é a sensibilização dos governos em reduzir a carga tributária. Atualmente, praticamente metade do valor (47% em média) corresponde a tarifas. "Precisamos que os governos encontrem outra forma de receita, uma reforma tributária, esperamos que essas divergências venham ser corrigidas".

Novo decreto

Em meio à essa discussão, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), assinou, na terça-feira, 23, um decreto que já consta no Diário Oficial da União (DOU) estabelecendo que os postos de combustíveis devem exibir a composição do preço das bombas. A medida visa detalhar aos consumidores os valores estimados dos tributos que compõem o preço final na bomba e passa a valer em todo o País em 30 dias.

O decreto de Bolsonaro diz que "os consumidores têm o direito de receber informações corretas, claras, precisas, ostensivas e legíveis sobre os preços dos combustíveis automotivos no território nacional". Na semana passada, o presidente disse que a formação dos preços dos combustíveis no Brasil é uma verdadeira "caixa preta".

Sobre a novidade nos postos, o assessor de Economia do Sindipostos, Antônio José Costa, afirma que os empresários aguardam as definições dos detalhes de como será a exibição das informações e padrões. "Acredito que a ANP ou Ministério da Economia deverão fazer a definição de como será a exibição. Qualquer placa nos postos informativos é definida pelos órgãos governamentais. A medida é interessante para que o consumidor saiba a medida do quanto paga de impostos", explica.

Peso dos combustíveis gera aumento da inflação no mês

A gasolina mais cara pressionou mais uma vez o orçamento das famílias em fevereiro. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a média de preço do litro da gasolina comum fechou a semana encerrada no dia 20 custando R$ 4,917, mas que pode ser encontrada por até R$ 6,010 no Brasil. Impulsionado pelos combustíveis, o grupo Transportes passou de um aumento de 0,14% em janeiro para uma elevação de 1,11% este mês, dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Os dados foram divulgados ontem, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O grupo deu a maior contribuição para a taxa de 0,48% do IPCA-15 de novembro, o equivalente a 0,22 ponto porcentual.

Os combustíveis subiram 3,34%. A gasolina aumentou 3,52%, item de maior impacto individual na inflação parcial do mês, 0,17 ponto porcentual. Os preços da gasolina subiram pelo oitavo mês consecutivo.

Houve altas ainda nos preços do óleo diesel (2,89%), do etanol (2,36%) e do gás veicular (0,61%).

Os automóveis novos ficaram 1,12% mais caros, enquanto os automóveis usados subiram 0,68%. As motocicletas aumentaram 1,41%.

O ônibus urbano subiu 0,08%, em consequência do reajuste de 8,70% no preço das passagens em Recife desde 7 de fevereiro.

Na direção oposta, as famílias pagaram menos pelos transportes por aplicativo (-9,16%) e pelas passagens aéreas (-2,54%). (Com informações da Agência Estado)

O que você achou desse conteúdo?