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Cesta básica tem redução de 1,48% em Fortaleza, mas tendência é de alta no semestre
Economia

Cesta básica tem redução de 1,48% em Fortaleza, mas tendência é de alta no semestre

Preço da cesta básica na Capital é de R$ 523,46, após alta acumulada de 13,06% nos últimos 12 meses
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No total, 12 itens compõem a cesta básica (Foto: Thais Mesquita (2020))
Foto: Thais Mesquita (2020) No total, 12 itens compõem a cesta básica

O preço da cesta básica em Fortaleza teve o segundo mês de queda no ano e recuou 1,78% em fevereiro, chegando a R$ 523,46. O resultado consta da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada mensalmente.

Em janeiro, a cesta básica já havia apresentado queda e acumula redução de 2,15% em 2021. Nos últimos 12 meses, contudo, a alta chega a 13,06%, o que a coloca como a mais cara do Nordeste. No Brasil, a liderança fica com Florianópolis, onde ela custa R$ 639,81. A capital catarinense também acumula a maior alta nos últimos 365 dias em todo o País, com alta de 29,74%. O Dieese também divulgou o salário necessário para que o trabalhador possa ter atendido todos os direitos previstos na Constituição para o sustento familiar. Em fevereiro, ele seria de R$ 5.375,05, quase cinco vezes mais que o salário-mínimo oficial, que é de R$ 1.100,00.

Em Fortaleza, entre os gêneros alimentícios que tiveram maior redução no mês passado estão: o tomate (-15,17%), óleo de soja (-6,35%) e a banana (-3,83%). A capital cearense se destaca também por ter registrado a segunda maior redução do País no preço do açúcar (-1,41%) e, ainda, pela segunda maior queda no preço do próprio óleo de soja. Outros três produtos também tiveram preços menores em fevereiro na comparação com janeiro: arroz (-3,25%), leite (-0,8%) e feijão (-0,26%).

Por sua vez, cinco produtos tiveram alta no mês passado: café (2,93%), farinha (2,25%), carne (1,44%), pão (1,25%) e manteiga (0,19%). A propósito, como um dos reflexos da pandemia, 11 dos 12 produtos pesquisados em Fortaleza tiveram alta no acumulado dos últimos 12 meses. Apenas o tomate registrou queda nesse período, de 39,44%. Já o óleo teve a maior alta: 92,54%.

Para o economista Alex Araújo, apesar da redução nos preços de alguns produtos da cesta básica em Fortaleza, verificadas nos dois primeiros meses de 2021, a tendência é de aumento. "Há uma sazonalidade no início do ano, que coincide mais ou menos com a maior oferta de produtos locais, mas a expectativa para o primeiro semestre deste ano é que a gente tenha ainda alguma aceleração de preços", projeta.

No total, 11 dos 12 itens que compõem a cesta básica tiveram alta entre março de 2020 e fevereiro deste ano
No total, 11 dos 12 itens que compõem a cesta básica tiveram alta entre março de 2020 e fevereiro deste ano (Foto: Thais Mesquita)

Entres os fatores que podem pressionar a alta dos alimentos citados pelo economista estão a alta do dólar e as consequências ainda imprevisíveis do agravamento da pandemia. "O dólar bateu um patamar muito alto e isso termina se refletindo em uma série de itens de alimentação, principalmente aqueles que têm preços atrelados a ele, como os derivados do trigo. Além disso, com essa decretação de lockdown, não se sabe ainda como serão afetadas as cadeias de produção e a renda do consumidor."

Ele descarta, porém, que a volta do pagamento do auxílio emergencial prevista possa gerar uma pressão inflacionária semelhante a que ocorreu em 2020. "O auxílio emergencial, dificilmente, vai ter essa capacidade de encadeamento de preços como a gente viu no ano passado, quando o valor do benefício era mais alto e acabou impactando outras cadeias produtivas." 

 

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