Logo O POVO+
Produtos mais saudáveis puxam alta do agronegócio cearense
Economia

Produtos mais saudáveis puxam alta do agronegócio cearense

Itens como frutas, mel e leite estiveram entre os destaques da agropecuária no Estado
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Mamão foi o terceiro melhor
 produto em crescimento 
no agronegócio no ano passado (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Mamão foi o terceiro melhor produto em crescimento no agronegócio no ano passado

O crescimento de 10,31% da agropecuária no Estado em 2020, registrado pelo Instituto de Pesquisa e Econômica do Ceará (Ipece), deveu-se em grande parte aos resultados expressivos obtidos pela fruticultura, pela apicultura e pela bovinocultura de leite.

Os três segmentos têm em comum o fato de estarem associados à ideia de vida saudável. As frutas são ricas em fibras e vitaminas, o mel em açúcares e o leite em cálcio e proteínas, todos elementos indispensáveis para o bom funcionamento do organismo. Em um ano marcado pela pandemia de Covid-19, manter uma alimentação balanceada foi a opção de muitas pessoas no Ceará e no mundo.

Nesse sentido, os três produtos agropecuários com maior crescimento em 2020 foram frutas. O maracujá liderou com expansão de 38%, seguido pelo coco, com 34%, e pelo mamão, com 29%. Embora com crescimento mais modesto, de 6%, o melão segue como carro-chefe quando o assunto é exportação. Nada menos que 60% da produção do fruto no Estado é vendida para o Exterior. Em termos gerais, o Ceará se situa como o quinto maior exportador de itens de fruticultura do Brasil.

Para o diretor institucional da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, além de uma maior preocupação com a saúde por parte do consumidor, o bom desempenho econômico da fruticultura cearense no ano passado pode ser explicado pelas condições climáticas favoráveis e, pela expressiva valorização do dólar. Ele acrescenta que “as novas tecnologias estão vindo e têm ajudado cada vez mais a melhorar a produção, por meio do melhoramento genético, do controle biológico de pragas e a modernização nos equipamentos de irrigação, com uso mais eficiente de água”.



Outro segmento agropecuário com crescimento expressivo em 2020, foi a apicultura que registrou expansão de 20%. De acordo com Irineu Fonseca, presidente da Federação da Apicultura do Ceará (Face), “chegamos a 3,4 toneladas de produção melífera no Estado e estamos prevendo repetir o mesmo patamar de crescimento em 2021. Hoje, a gente pode dizer que apicultura é a pupila de ouro do agronegócio. Porque é uma produção que começa em janeiro e termina em dezembro, ou seja, dura o ano inteiro”.

Fonseca chama a atenção também para a possibilidade de associar a apicultura com a fruticultura, considerando o importante papel polinizador que as abelhas desempenham no meio ambiente. Fonseca cita o caso de um produtor de caju do município de Beberibe que teve ganho significativo de produtividade ao mesclar as duas culturas. “Ele estava querendo desistir do caju por causa da produção baixa que estava tendo. Daí eu falei que se colocássemos uma caixa com abelhas ele veria a diferença que a polinização ia fazer. Um ano após isso, ele teve um aumento de 60% na produção", narra.

Por sua vez, a produção de leite teve crescimento em torno de 5% no Estado em 2020. Conforme José Antunes, presidente da Câmara Técnica do Leite e Derivados da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), entre as principais razões para esse resultado estão o melhoramento genético do gado que passou a produzir mais e a correção na defasagem dos preços do produto.

Ele ressalta que “o segmento é o mais que emprega mais no sertão e produz na faixa de 1,7 milhão de litros por dia. Hoje o leite é que é chamado de ouro branco, como já foi o algodão no passado”.

O que você achou desse conteúdo?