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Mercado de seguros no Ceará cresce 19,9% em um ano
Economia

Mercado de seguros no Ceará cresce 19,9% em um ano

Resultado é superior ao nacional que foi de 3,6%. Produto com maior crescimento foi o seguro patrimonial, com alta de 30,7%. Seguro de vida também foi destaque e cresceu 14,8%
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O mercado de seguros no Ceará cresceu 19,9% no período entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2021. É o que aponta pesquisa da das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg). O resultado é superior ao registrado na esfera nacional, que foi de 3,6%.

O contexto da pandemia atingiu de formas diferentes os diversos tipos de produtos que compõem esse segmento. Enquanto, a venda de seguros de viagem despencou e teve queda de 84,2%, motivada pelas restrições sanitárias impostas à circulação de pessoas, itens como seguro patrimonial e seguro de vida tiveram altas expressivas de 30,7% e 14,8%, respectivamente.

Já na comparação entre janeiro de 2021 e janeiro de 2020, a alta do setor segurador no Estado foi mais modesta, de 0,3%. A maior alta nesse critério foi a do setor patrimonial (52,9%), seguida por transportes (38,6%) e marítimos e aeronáuticos (36,1%).

O comparativo entre o mesmo período de anos diferentes é, particularmente importante, quando se leva em consideração que em 2020 o Ceará e o Brasil ainda não tinham casos registrados de Covid-19. Além disso, segundo a CNSeg, tanto os dados estaduais quanto os nacionais se deram sobre uma base comparativa que já era alta.

Nesse sentido, segundo relatório da entidade, "as maiores contribuições partiram do segmento de Danos e Responsabilidades, com alta de 10,4% sobre janeiro de 2020, ao passo que o segmento de Cobertura de Pessoas avançou 1,4%. Os Títulos de Capitalização tiveram receitas reduzidas em 1,5%".

O documento aponta ainda que em termos de arrecadação absoluta, os destaques do período foram: Planos de Vida Risco (R$ 3,7 bi, crescimento de 5,3%); Patrimonial (R$ 1,4 bi, 17,1% maior); Rural (R$ 442 milhões, incremento de 22,5%); Habitacional (R$ 404 milhões, 11%) e Transportes (R$ 363 milhões, 17,5%).

De acordo com o presidente da CNSeg, Marcio Coriolano, "todos eles são ramos que tiveram desempenho consistente no ano de 2020, revelando as preferências prioritárias dos consumidores em torno de proteção da vida, proteção e investimento nas residências, mobilidade das cargas transportadas".

Nesse sentido, o diretor regional da Icatu Seguros no Nordeste, Henrique Jenkins, destaca que o segmento de seguros de vida na região teve crescimento de 12% doze em 2020 e no Ceará cresceu ainda mais 16%", Por outro lado, ele observa que "o segmento de previdência privada teve um cenário bastante difícil. As pessoas preferiram optar por guardar dinheiro em vez de investir em seguros ligados à previdência. No Nordeste, a redução foi de 3,2% e no Ceará a queda foi anda maior de 8%".


Apesar dessa queda em particular, Jenkins, avalia que "o mercado vem crescendo nos últimos anos, sempre na casa dos dois dígitos. É uma tendência, mas na parte do seguro de vida, as pessoas começaram a enxergar o produto de uma forma ainda mais forte no momento da pandemia. Tanto as empresas estão contratando mais para os seus funcionários, quanto pessoas físicas vêm adquirindo mais o produto. Elas passaram a pensar mais sobre como ficariam suas famílias e como protegê-las".

Gabriel Savian, diretor da Embracon Corretora de Seguros, também destaca a pujança do setor de seguros no Ceará e no Brasil, como um todo. "Quando a gente fala na realidade do seguro de vida, por exemplo, há um crescimento muito forte desde 2017. Naquele ano, pela primeira o volume de prêmio transacionado desse tipo de seguro, no País, ultrapassou o dos seguros de automóvel", exemplifica. Para ele, isso reflete também uma mudança de cultura. "O brasileiro nunca foi muito assíduo com a questão do seguro de vida, mas isso vem mudando, e há muito campo para as seguradoras trabalharem".

Sobre o Ceará, ele destaca a particularidade de o mercado de seguros do Estado estar entre os cinco maiores do País, na chamada inclusão em seguro, que é quando se compra um bem e já se atrela a ele o seguro correspondente. Isso ocorre, segundo Savian, principalmente na venda de consórcios de automóveis. 

 

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