Logo O POVO+
Retomada de atividades deve se dar por fases como em 2020
Economia

Retomada de atividades deve se dar por fases como em 2020

A reabertura gradual das atividades econômicas depende, contudo, da evolução dos indicadores da Covid-19 no Estado
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
CDL espera que comércio de rua abra das 9h às 16h. Shoppings das 12h às 20h (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil CDL espera que comércio de rua abra das 9h às 16h. Shoppings das 12h às 20h

Uma retomada das atividades econômicas em quatro ou cinco fases, tal como ocorreu entre junho e setembro de 2020, é o que deve ocorrer novamente no Ceará em 2021, possivelmente a partir da próxima segunda-feira, 5 de abril.

O POVO consultou fontes do governo e do setor produtivo sobre as expectativas para o processo de reabertura que deve começar 23 dias após ter sido decretado um lockdown em todo o Estado (31 dias no caso de Fortaleza), como consequência do agravamento da pandemia de Covid-19.

De acordo com o diretor-geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), João Mário Santos de França, o início da reabertura será definido com base na melhora dos indicadores sanitários no Estado, desde que haja redução ou pelo menos estabilização dos números de novos casos e óbitos decorrentes da doença.

"Com relação à questão da retomada em si, o plano deve acompanhar mais ou menos o que já foi implementado no ano passado. Claro que, após um ano de pandemia, a gente já aprendeu novas coisas", pondera França. Ele cita, por exemplo, o que ocorreu quanto às atividades da indústria e da construção civil. Em 2020, no primeiro lockdown, esses setores foram considerados não essenciais, mas não em 2021.

O diretor-geral do Ipece classificou como de importância fundamental que não seja feita uma reabertura abrupta. "Caso isso ocorra e os níveis de contaminação subam de novo, ficaremos nessa coisa de abre e fecha. No plano implantado ano passado, o processo funcionou muito bem", analisa. França acrescenta que "as novas discussões estão sendo feitas em sintonia fina com cada setor e incorporando informações sobre cada atividade".

LEIA MAIS

Ontem, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola, se reuniu com o secretário executivo de Planejamento e Orçamento da Secretaria de Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag-CE), Flávio Ataliba, para reforçar algumas propostas do segmento para a retomada. Novas reuniões entre governo e setor produtivo estão previstas para acontecer entre hoje,31, e amanhã, 1º de abril.

"Mostramos os pontos que defendemos, fizemos alguns alinhamentos em relação aos horários de entrada e saída de cada atividade e devemos ter ainda mais uma reunião. Ficamos, também, na torcida para que os números da saúde colaborem para que a gente possa, na segunda-feira, 5 de abril, retomar as atividades do comércio", relatou Filizola.

Expectativa semelhante tem o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojista (CDL) de Fortaleza, Assis Cavalcante. "Deve ser parecido com 2020. Não tem muito o que inventar. O comércio de rua deve abrir às 9h e fechar às 16h. Já os shoppings abririam às 12h e fechariam às 20h. Quanto aos protocolos, é reforçar o que a gente vem fazendo", resume.

Representado um setor bastante afetado pela pandemia, Taiene Righetto, presidente da Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE), lembrou que a entidade e o governo do Estado vão implantar o "Selo Lazer Seguro" no pós-lockdown para estabelecimentos que sigam os melhores protocolos de prevenção à Covid-19.

Righetto teme, contudo, que um eventual novo adiamento da retomada possa impactar em uma onda de demissões e falências expressiva. Ele estima que até 73% do setor deve começar a demitir já na próxima semana e 80% não têm recursos para honrar a folha de pagamento de abril.

"Estamos em uma situação dramática porque, além do fechamento, não veio, ainda, a ajuda da suspensão de folha de pagamento que imaginávamos", disse o presidente da Abrasel-CE em referência ao pacote de apoio às empresas implementado em 2020 pelo governo federal.

 

O que você achou desse conteúdo?