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Covid-19: quase 4,2 mil mortes registradas no Brasil em 24 horas
Economia

Covid-19: quase 4,2 mil mortes registradas no Brasil em 24 horas

| Pandemia | Fiocruz alerta que a pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo de abril e indica adoção ou continuidade de restrições
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Ceará é o oitavo estado com mais mortes no Brasil. (Foto: Fabio Lima/O POVO)
Foto: Fabio Lima/O POVO Ceará é o oitavo estado com mais mortes no Brasil.

Ontem, 6, na véspera do Dia Mundial da Saúde, o Brasil ultrapassou, mais uma vez, o recorde de número de mortes por Covid-19 registradas em 24 horas. Foram 4.195 novos óbitos, segundo dados do Ministério da Saúde (MS) atualizados às 18h20min. O dia mais letal da pandemia até então tinha sido 31 de março, com 3.869 mortes. Desde o início dos casos, há pouco mais de um ano, até hoje, o País tem acumulados 336.947 óbitos. No mesmo período de 24 horas, foram registrados 86.979 novos diagnósticos da doença, chegando a 13,1 milhões de casos confirmados ao todo.

No Ceará, a plataforma IntegraSus, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), atualizou às 21h29min, informando que o Estado atingiu 562.580 casos de Covid-19 e 14.834 óbitos. Em comparação com registros da véspera, foram inseridos no sistema 3.149 novas confirmações e 142 novos óbitos. Destes, 26 teriam ocorrido nas últimas 24 horas. Outras mortes do mesmo período podem ser registradas posteriormente.

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 O cirurgião geral Ramon Rawache, integrante do Coletivo Rebento — Médicos em Defesa da Vida, da Ciência e do SUS, lamenta o número de óbitos atingido pelo País. "Esperamos que nos próximos dias haja mudança de cenário, que possamos prevenir e poupar os brasileiros de novos recordes", afirma. Ele destaca, ainda, que a vacina é a melhor estratégia para prevenir a Covid-19. "(Com) isso associado a uma estratégia de socioprevenção, com isolamento social, renda básica, uso de máscara, álcool gel e medidas de higiene, poderíamos estar salvando muito mais vidas."

Em boletim extraordinário divulgado nesta terça, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta que o cenário crítico do País na segunda onda da pandemia deve continuar ao longo de abril. O documento aponta "relativa estabilidade" das taxas de ocupação de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto em níveis muito críticos, na maior parte dos estados e no Distrito Federal.

A Fiocruz considera que estão em zona de alerta crítico os estados cuja taxa de ocupação de UTI sejam superiores a 80%. Dezenove estados — incluindo o Ceará — e o Distrito Federal estão com taxas de ocupação de UTI adulto superiores a 90%. Outros quatro apresentam taxas entre 80% e 89%.

Apesar de medidas restritivas adotadas em diferentes cidades e estados estarem produzindo "êxitos localizados", o efeito na queda de óbitos e no alívio do sistema de saúde pode tardar pelo acúmulo de casos, muitos deles graves, devido à exposição ao vírus ainda em março, informa o documento.

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"É fundamental insistir na necessidade de esforços para o fortalecimento da rede de serviços de saúde, incluindo os diferentes níveis de atenção, e da vigilância, com ampla testagem, assim como para a aceleração da vacinação, com a compra e ampliação da produção de vacinas." Além disso, os pesquisadores apontam a necessidade de garantia de condições para que a população possa permanecer em casa.

Há uma semana, em 31 de março, o neurocientista Miguel Nicolelis lançou o episódio piloto do podcast 'Diário do front', pelo jornal El País. Nele, o professor, que já foi coordenador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste para a Covid-19, já tinha alertado que o País poderia chegar, nesta semana, a 4 mil ou 5 mil mortes diárias. No áudio, Nicolelis afirma que o País está "a poucas semanas de um ponto de não retorno" na crise sanitária. "Ou o Brasil faz o que tem que ser feito, imediatamente, ou o Brasil envereda por um rumo sem previsão alguma de volta."

Em caso de colapso funerário, segundo o neurocientista, pode ser preciso utilizar valas comuns para enterros sem urnas, apenas com sacos plásticos. Caso isso chegue a acontecer, o processo de contaminação do solo, do lençol freático e dos alimentos pode ser acelerado, gerando "uma série de outras epidemias bacterianas gravíssimas".

 

 


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