No Ceará, o Dia dos Namorados pode representar um aumento de no mínimo 5% e de no máximo 10% no fluxo de vendas ante 2019, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista e Lojista (Sindilojas). O crescimento, porém, não deve gerar uma movimentação financeira tão representativa, já que, de acordo com pesquisa feita pela Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), antecipada com exclusividade ao O POVO, o gasto dos consumidores com a data deve ficar entre R$ 50 e R$ 200.
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A pesquisa, revelada pelo diretor institucional da Alshop, Luis Augusto Ildefonso, mostra ainda que a compra de presentes deverá ser feita por no máximo 60% do público consumidor usual da data. Ele pondera que mesmo as medidas de incentivo econômico, como antecipação de 13º salário e auxílio emergencial, não serão capazes de aquecer a economia de forma satisfatória.
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“Os reforços positivos estão muito recuados e serão aplicados em gastos básicos, como alimentação, aluguel, energia. Vai sobrar muito pouco, quase nada, a gente pode dizer, para ser gasto com esse mercado de presentes”, afirma. O diretor acrescenta que o cenário nacional é de incerteza e destaca: “Enquanto a vacinação se mantiver neste ritmo lento, os números serão muito mais tímidos do que anos anteriores, sobretudo acompanhando o desgaste econômico que passamos neste período de economia muito fraca”.
Em contrapartida, com relação às estratégias implementadas para atrair consumidores aos estabelecimentos comerciais do Ceará, o presidente do Sindilojas, Cid Alves, pondera que a queda do dólar e o aumento de prazos de fornecedores permitiu a adoção de preços mais baixos. “Esse cenário permite que nós possamos repassar esse contexto positivo ao cliente, o que gera um termômetro positivo para a economia do Estado, é a fórmula perfeita para o consumo”, ressalta.
Outra estratégia usada para alavancar as vendas foi a junção das campanhas promocionais do Dia das Mães com o Dia dos Namorados, oferecendo descontos e participações em sorteios para compras feitas no período entre as duas maiores datas do varejo no primeiro semestre.
Ainda assim, mesmo com o reconhecimento do período como um ponto importante na retomada do comércio, e apesar de expectativa positiva por parte dos comerciantes, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza preferiu não calcular estimativas para a data.
A entidade optou por aguardar a consolidação das vendas para avaliar a movimentação do comércio local, conforme o presidente da entidade, Assis Cavalcante, relatou ao O POVO ainda no dia 28 de maio.
Em meio ao clima incerto, de acordo com pesquisa feita pela Alshop adiantada ao O POVO, os itens mais procurados neste ano serão: “Vestuário, moda íntima e moda praia, artigos para dormir, maquiagem e cosméticos, calçados e acessórios, celulares, eletrônicos e informática, joias e relógios e chocolates e flores”.
Ainda segundo o levantamento, para o Dia dos Namorados, as vendas por plataformas online devem representar cerca de 60% do volume total movimentado pelo comércio do País. “Muitos empreendedores que tinham até certo receio das vendas online entraram neste mercado para sobreviver”, afirma Luis.
Devido à pandemia, a estudante de Direito, Bianca Feitosa, diz já ter encomendado o presente para o namorado, Walsrisio Macedo, na internet. “Nós somos muito ansiosos para trocar presentes e sempre mandamos indiretas de coisas que gostaríamos de ganhar um do outro, sempre mostrando preços bem variados”, confessa. Animada ao falar sobre a expectativa de presentear, Bianca acrescenta: “Eu acredito que é uma prova de cuidado um com o outro, de pensar no outro e no casal em si”.
Em contrapartida, a poucos dias de completar dez anos de experiência celebrando a data, o engenheiro civil Caio Moreira pondera que ainda não conseguiu encontrar algo para presentear a namorada e que está apostando em outra forma de celebração.
“Com o tempo fica mais difícil escolher algum presente que seja algo diferente, então estamos mais focados em montar um planejamento legal para o dia mesmo, levando em consideração o momento delicado que estamos vivendo”, afirma.