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Mercado aquecido pela Black Friday, mas preços também em disparada
Economia

Mercado aquecido pela Black Friday, mas preços também em disparada

| Em Fortaleza | Levantamento do Procon identificou variação de até 33% no preço de um mesmo produto no intervalo de uma semana. Em nove semanas, alta é de 83%
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Expectativa é de que as vendas nos shoppings cresçam 19% em relação a 2020 (Foto: Bárbara Moira)
Foto: Bárbara Moira Expectativa é de que as vendas nos shoppings cresçam 19% em relação a 2020

A expectativa com a chegada da data oficial da Black Friday no próximo dia 26 só aumenta entre consumidores e lojistas. Os consumidores, no entanto, devem estar atentos: um levantamento de preços realizado pelo Procon Fortaleza revela que alguns produtos apresentaram alta de até 33% em uma semana.

É o caso, por exemplo, de uma TV de 55 polegadas que custava R$ 3.779,10 no dia 10 deste mês e no levantamento mais recente, do dia 17, já era encontrada por R$ 5.034,05.

O Procon coletou preços de 153 produtos nas lojas virtuais - bicicletas, celulares, notebooks, TVs, fogões e geladeiras - e acompanhou as variações de preços nas últimas nove semanas.

Neste recorte, a maior variação foi de um notebook, que saltou de R$ 2.391,08 para R$ 4.375,23 em pouco mais de um mês e meio. Alta de 82,98%.

Nas lojas físicas, o Procon analisou preços de 58 produtos e constatou que um ventilador, por exemplo, no Centro da cidade, pode variar até 69%.

"O consumidor que não fez o seu monitoramento de preços pode fazer uso da lista do Procon e realizar o comparativo", afirma a diretora do Procon Fortaleza, Enylândia Rabelo, que ainda ressalta a importância do consumidor se precaver nas compras pela internet, usando modos de pagamentos mais seguros, como o cartão de crédito virtual, que pode ser solicitado à operadora do cartão e é medida importante contra ações de clonagem de dados.

Expectativa de vendas

O presidente do Sindilojas e vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE), Cid Alves, destaca que a expectativa é positiva para a Black Friday. Ele ressalta que os estoques foram abastecidos de forma mais adequada, diferente do ano passado, quando alguns segmentos tiveram alguma dificuldade.

"A expectativa aumenta por conta do pagamento do Auxílio Brasil nesta semana, além disso, no dia 30 teremos a primeira parcela do 13º salário. Isso vai permitir que tenhamos dinheiro novo circulando".

Ele explica que segmentos como o comércio de eletrônicos, vestuário e calçados devem ser os destaques neste período. Mas vários outros segmentos, como o de material de construção, também estão aderindo.

Ticket médio

Levantamento da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) estima crescimento das vendas na ordem de 19% em comparação ao evento do ano passado. Também indica que o setor deve movimentar em todo País R$ 2,9 bilhões entre os dias 25 e 28 de novembro.

A entidade ainda aponta que o ticket médio (intenção de gasto médio do cliente) chega a R$ 242, valor 5,2% maior do que os R$ 230 do ano passado. Comparando com 2019, última Black Friday antes da pandemia, a alta é de 4,3% no ticket médio. A Abrasce ainda levantou informações sobre descontos, que estão na ordem de 40% na média, mas que podem alcançar até 70%.

O presidente da Abrasce, Glauco Humai, classifica como importante as perspectivas do setor para a data e demonstra que o varejo nos shoppings está em plena recuperação.

"Muito mais que bons números, é uma perspectiva cada vez mais sólida de um crescimento contínuo no setor. Os lojistas e empresários estão animados com o crescimento nas vendas e com o retorno da população, movimento que resulta em vendas, emprego e manutenção de investimentos no varejo brasileiro. A Black Friday é um bom termômetro para as vendas de fim de ano e 2022".

 

PLANTÃO

Procon reforça que denúncias podem ser feitas pela Central de Atendimento ao Consumidor, discando 151. Também pelo Portal da Prefeitura, no campo "Defesa do Consumidor"

Vendas devem voltar ao patamar pré-pandemia

A movimentação de compras em torno da Black Friday nos shoppings de Fortaleza deve voltar ao nível pré-pandemia. É o que projeta a consultoria Spot Metrics, sobretudo, em relação ao ticket médio, que é quanto o consumidor pretende gastar em suas compras.

Com base na participação dos consumidores nas campanhas promocionais dos shoppings nos meses que antecederam à data, o levantamento identificou, por exemplo, que o valor médio desembolsado pelos clientes em 2021 já é 13,77% superior à média de 2019.

Além disso, 90,93% das campanhas promocionais neste período alcançaram a média de público de 2019. Raphael Carvalho, CEO da Spot Metrics, destaca que, agora com mais flexibilidade de circulação, é possível aproveitar e resgatar um pouco do que foi suprimido na pandemia. E que isso deve fazer com que a demanda aumente.

A dificuldade no cenário econômico deve ser fator que fará com que os lojistas busquem alternativas - como flexibilização nas formas de pagamento e mix de produtos com itens mais acessíveis - para não perderem vendas, estima.

"Apesar da queda sofrida no varejo em agosto e setembro, segundo o IBGE, atribuo a redução de compras à espera e alta expectativa do consumidor para o período de promoções de novembro. Os clientes que podem esperar para comprar, preferem saber onde podem economizar com bons descontos no período de Black Friday. Tanto que por isso, o setor varejista muitas das vezes dilui a ação promocional ao longo do mês ou até antecipa, com os famosos "esquenta black".

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