O preço do diesel e dos demais combustíveis no Ceará sofreram reajustes significativos nessa semana após reajuste feito pela Petrobras na última quarta-feira, 16. Em um mês, o preço do litro do diesel no Estado já subiu 14,37%.
A consequência desse movimento é abrangente, mas os itens de alimentação geram maior impacto.
De acordo com nota divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o reajuste sobre o preço do diesel anunciado pela Petrobras, de 25,8%, tem o potencial de gerar aumento nos preços dos alimentos.
Segundo a entidade, a alta significativa deve refletir em um aumento no preço dos produtos hortifrutigranjeiros, cujos estoques duram de dois a três dias. Outros alimentos, como carnes e laticínios, devem ter um aumento de preço no início de setembro, enquanto os itens industrializados podem subir em cerca de 30 dias.
O vice-presidente Institucional da Abras, Márcio Milan, destaca que o varejo não esperava um aumento tão expressivo nos preços dos combustíveis, principalmente no diesel, e que isso afeta a inflação imediatamente.
"Toda cadeia produtiva é impactada, com as altas de preços chegando até a mesa do consumidor", explica.
Desde o dia 16, a Petrobras implementou novos preços para a gasolina e o diesel que saem das refinarias e são comercializados com as distribuidoras. No caso da gasolina o aumento foi de 16,3%. E o do diesel foi maior, de 25,8%.
O litro da gasolina subiu de R$ 5,94 para R$ 6,14 em uma semana. Enquanto o diesel disparou 11,3%.
Todos os dados foram disponibilizados a partir da pesquisa semanal realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Com o reajuste nos postos, o aumento de preço no espaço de uma semana no valor do diesel foi o mais significativo. O preço médio saiu de R$ 5,22 para R$ 5,81.
Se o recorte de aumentos no preço do diesel for maior, com base nas informações obtidas há um mês (entre 16/7 e 22/7), o aumento é ainda mais representativo.
Naquela oportunidade, o preço médio do litro era R$ 5,08. Em comparação ao valor atual, a diferença é de 73 centavos, o que representa um aumento de 14,37%.
A perspectiva de que o reajuste dos combustíveis impacte diretamente os preços do alimentos, pode gerar um efeito negativo no cálculo da inflação.
Esse movimento neste início de segundo semestre de 2023, é totalmente o contrário do que se observou na primeira metade do ano. (Samuel Pimentel)