Assim como aconteceu no acerto com Rogério Ceni, a diretoria do Fortaleza conversa com apenas um nome para assumir o comando técnico do time. A bola da vez é o carioca Zé Ricardo, que treinou os três dos quatro maiores clubes do Rio de Janeiro (Flamengo, Vasco da Gama e Botafogo).

Uma proposta foi enviada para ele na tarde de ontem e as últimas informações - que surgiram até o fechamento desta edição - dão conta que faltam pequenos detalhes para que o técnico aceite comandar o Leão. O entrave, segundo apurou O POVO, não é de ordem financeira.

Zé Ricardo se encaixa no perfil de treinador emergente que busca crescer junto com o clube, que o Fortaleza busca desde antes da chegada de Ceni. Com 48 anos, ele conduziu o Flamengo ao terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de 2016, pelo rubro-negro também foi campeão carioca em 2017 e já no Vasco da Gama ganhou o prêmio de melhor técnico do Estadual do Rio de Janeiro em 2018.

O último trabalho dele foi no Botafogo, onde ficou por oito meses, sendo demitido em abril deste ano. Se fechar com o Fortaleza, trabalhará pela primeira vez no Nordeste.

Adepto ao 4-1-4-1, mas com tendência a buscar variações durante a partida, Zé Ricardo não tem o mesmo estilo agressivo com o qual o elenco do Fortaleza está acostuma. Ele é mais precavido e gosta de um estilo de jogo mais reativo.

Uma mudança na forma de jogar talvez seja benéfica ao Leão, que mesmo fora da zona de rebaixamento vem mostrando dificuldades para se afastar muito da briga contra a degola.

Um dos principais problemas do Tricolor hoje, por exemplo, está na quantidade de gols sofridos. O esquema tático utilizado até aqui (4-2-4) começou a sofrer críticas recentes do torcedor, devido a exposição do miolo de zaga.

A chegada de um novo treinador poderá culminar também na recuperação de alguns atletas com pouca motivação dentro do grupo. Ceni modificava pouco as escalações na Série A do Brasileiro e algumas peças sequer estrearam na elite.

Não se sabe ainda se o Fortaleza planeja ter Zé Ricardo somente até o fim da temporada - e a depender do desempenho dele poderá tentar renovação ou não - ou se a ideia é de um comando a longo prazo, como se deram os dois últimos contratos fechados pela diretoria para o cargo de treinador.

A saída de Ceni implicou também em um pagamento do Cruzeiro de uma multa por quebra de contrato, que O POVO apurou valer R$ 1 milhão. Essa grana pode ser investida na contratação de novas peças para ajudar no trabalho de Zé Ricardo, que chega com a missão aparentemente modesta de buscar a permanência.

Depois de enfrentar o CSA, hoje à noite, o Leão já voltará a campo no sábado, contra o Inter. O novo treinador terá pouco tempo de trabalho.