Como era de se esperar, o Fortaleza atropelou o Guarany de Sobral ontem à noite no Castelão. A goleada de 5 a 0 ficou até tímida diante do volume de jogo do Tricolor, especialmente no segundo tempo.
O combinado de atletas do Bugre (jogadores sub-20 emprestados pelo próprio Fortaleza e pelo Ceará com cinco peças do Guarany-S) até que não se acovardou e tentou atacar algumas vezes, mas com apenas dois treinos e uma condição física abaixo conseguiu, no máximo, alguns chutes de fora da área.
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O primeiro tempo do Fortaleza, no entanto, foi um pouco estranho. O time bem alternativo lançado por Rogério Ceni — apenas Gabriel Dias pode ser considerado titular na formação inicial — tinha nítidos problemas de entrosamento, mas nada que desse qualquer condição ao adversário.
Prova disso é que os gols da primeira etapa saíram já no último terço de tempo. Primeiro com Cariús, aos 31, que acertou uma cabeçada no meio da grande área após cobrança de escanteio. Depois com Derley, aos 45, pegando de primeira um cruzamento milimétrico de Vázquez para ele. Foi o primeiro gol do volante com a camisa tricolor em 55 partidas e três temporadas incompletas.
O Leão não voltou do intervalo com modificações na escalação, mas na postura sim. Jogadores que não tinham ido bem no primeiro tempo, como o volante Luiz Henrique, improvisado na lateral-esquerda, passaram a participar mais e com mais qualidade.
Como havia avisado nos treinos, Ceni utilizou as cinco substituições e com mais trocas por fazer começou cedo, aos 11. Com o controle do jogo, mas produção ofensiva abaixo do potencial, tirou Cariús e Ederson para lançar Wellignton Paulista e Yuri. Pouco depois, David e Romarinho foram pro jogo, nas vagas de Tiago Orobó, que teve estreia discreta, e Madson.
A troca do quarteto de ataque titular fez bem. Com a nova formação, o Fortaleza passou a ser constante na área do Guarany-S e exigir bastante do goleiro Diónantan. Os gols restantes foram todos marcados por peças que entraram no decorrer da partida.
Aos 25, Romarinho finalizou da entrada da área e fez o terceiro. Wellington Paulista poderia ter ter marcado o quarto, em cabeçada firme, mas o arqueiro rubro-negro espalmou. Ele resistiu a pressão até os 37, quando Yuri, "do meio da rua", mandou um balaço e balançou a rede do Cacique pela quarta vez.
Mesmo com a goleada, a sede do Leão foi até o último minuto. Ceni não tinha mais peças de ataque para colocar, então lançou Juninho na vaga de Vázquez já na reta final. Aos 43, uma falta na entrada da área se apresenta ao volante, que fora poupado pensando no Clássico-Rei de amanhã. Bom cobrador, o camisa 5 bateu direto para a meta e o goleiro nem pulou para tentar salvar. Chute perfeito para fechar a conta de um atípico de dia, horário e público, já que o Castelão estava (e estará nos próximos meses) de portões fechados devido ao coronavírus.
Passada a ansiedade do retorno, o foco do Fortaleza agora está no jogo contra o Ceará, amanhã. Com o resultado diante do Guarany-S, o Tricolor assumiu a liderança do Estadual, com 15 pontos, e agora não poderá mais encontrar o maior rival nas semifinais. Além do duelo de amanhã, Ceará e Fortaleza só podem voltar a medir forças no Estadual se for nos dois jogos finais, sem previsão para acontecer.