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Efeitos do Clássico-Rei: Fortaleza precisa aumentar repertório e esquecer posse inútil
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Efeitos do Clássico-Rei: Fortaleza precisa aumentar repertório e esquecer posse inútil

Nova derrota do Fortaleza para Ceará evidencia dificuldades do sistema ofensivo e falta de objetividade com domínio na posse de bola
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Rogério Ceni
 (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Rogério Ceni

Na quarta-feira, o Fortaleza tombou diante do Ceará pela segunda vez consecutiva na temporada. O time do Pici não apresentou novidades na postura em campo, em relação à eliminação na semifinal da Copa do Nordeste para o maior rival, mostrou pouco repertório ofensivo e parou no bloqueio defensivo do Alvinegro do Porangabuçu.

O Tricolor moldado por Rogério Ceni tem como conceito principal a ofensividade. Atua sempre com quatro atacantes e busca explorar a agilidade dos chamados "velocistas", além de priorizar a posse de bola. Entretanto, a fórmula não surtiu efeito mais uma vez no Clássico-Rei, com um resultado de roteiro bastante semelhante ao do revés anterior.

A posse de bola sem agressividade e objetividade é inútil na batalha dentro das quatro linhas. E foi justamente isso que aconteceu com o Fortaleza no embate com o Ceará. Os números da partida escancaram que o estilo de jogo proposto pela equipe tricolor não funcionou no último encontro no Castelão.

O escrete comandado por Rogério Ceni dominou completamente a posse de bola. O massacre nas estatísticas foi de 73% para o Leão contra 27% do Vovô. O maior tempo com a bola nos pés, porém, não se traduziu em domínio sobre o adversário — nem de longe. A lentidão no terço final do campo, onde as recuadas duas linhas de quatro jogadores da marcação alvinegro ficaram bem postadas durante os 90 minutos de peleja, facilitou o trabalho do sistema defensivo do time dirigido por Guto Ferreira.

Segundo dados do SofaScore, o Fortaleza teve impressionantes 612 passes na partida. O Ceará trocou 226, pouco mais de um terço do rival. Mesmo neste cenário de suposto controle, o Tricolor não fez sequer uma finalização na direção do gol de Fernando Prass e saiu de campo com menos arremates do que o rival, ao todo. O pouco repertório ofensivo alinhado a baixa intensidade do ataque tricolor pode ser a explicação para o índice negativo.

A derrota no Clássico-Rei, porém, não significa que está tudo errado no sistema ofensivo. Mas merece um sinal de alerta. O ataque funcionou nas últimas três partidas contra Goiás, Corinthians e Bragantino, após ter passado em branco nos três confrontos iniciais, contra Athletico-PR, São Paulo e Botafogo-RJ. O detalhe de agora, após a derrota para o Ceará, é que a falta de repertório ofensivo e a "vacina" defensiva do rival podem se tornar uma caminho frequente e previsível para os próximos adversários na Série A.

O time do Pici tem apresentado dificuldades quando encontra sistema defensivos que priorizam a forte marcação e uma proposta mais reativa. Ao não ter espaço para explorar a velocidade de seus atacantes, o Fortaleza investe na criação ofensiva de Felipe Alves, com lançamentos longos para os laterais, em estratégia já conhecida. Entretanto, quando esta opção não funciona para transpor o esquema defensivo da equipe adversária, o escrete tricolor se torna presa fácil.

O revés serve de lição para Rogério Ceni buscar novas ferramentas ofensivas para o jogo da equipe fluir. A próxima (dura) missão do Leão é contra o Flamengo-RJ, no sábado, no Maracanã. Após um início de Brasileirão instável, o atual campeão nacional e da Libertadores vem de duas vitórias consecutivas — com direito a um belíssimo 5 a 3 sobre o Bahia, fora de casa.

 

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