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Chegam a 140 os casos de Covid-19 na Copa América; Conmebol elogia protocolo
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Chegam a 140 os casos de Covid-19 na Copa América; Conmebol elogia protocolo

Relatório da semana passada apontava 66 casos entre profissionais envolvidos diretamente com a competição, entre jogadores, membros de comissão técnica, trabalhadores, membros de delegações e terceirizados
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Artilheiro da Bolívia, o atacante Marcelo Moreno, do Cruzeiro, foi multado por criticar a Conmebol após ser infectado pela Covid-19 (Foto: Igor Sales / Cruzeiro EC)
Foto: Igor Sales / Cruzeiro EC Artilheiro da Bolívia, o atacante Marcelo Moreno, do Cruzeiro, foi multado por criticar a Conmebol após ser infectado pela Covid-19

A Conmebol publicou nesta segunda-feira, 21, novo relatório para atualizar o número de casos de Covid-19 relacionados à Copa América. De acordo com a comissão médica da entidade e o Ministério da Saúde foram 140 testes positivos desde o início da competição. Assim, mais de 99% dos 15.235 testes de detecção do coronavírus realizados desde o início do torneio até o momento foram negativos.

A maioria dos afetados é formada por trabalhadores, membros de delegações e pessoal terceirizado. O último relatório, divulgado na quinta-feira passada, informava que havia 66 casos de Covid-19 entre os envolvidos na competição disputada no Brasil.

Segundo a Conmebol e o Ministério da Saúde, apesar do crescimento de 112% no número de registros de Covid-19, a incidência do coronavírus diminuiu. "É um sinal claro de que as medidas preventivas e os protocolos de saúde estão funcionando conforme o esperado", diz nota da entidade que comanda o futebol sul-americano.

De acordo com Jorge Pagura, apenas um caso precisou de hospitalização por precaução, mas já teve alta. O membro da comissão técnica da Venezuela não necessitou de cuidados de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

"Após o número grande de contaminações da equipe da Venezuela, está tudo sob controle em relação aos novos casos", diz o especialista. "Nós estamos trabalhando numa América do Sul com um índice muito alto de transmissibilidade. O número de casos na Copa América é alto porque ele é alto em toda a América do Sul", afirma Pagura.

A pandemia continua fora de controle no País. Com lentidão na vacinação, baixa adesão às medidas de isolamento social e sem políticas nacionais de testagem em massa, o Brasil atingiu no último sábado a marca de 500 mil mortes pela Covid-19. Até o momento, as seleções da Venezuela, Colômbia, Chile e Bolívia já registraram casos de membros de suas delegações infectados. O Peru teve um diagnóstico detectado antes de a equipe chegar ao Brasil.

Além disso, foram registrados casos de quebra de protocolo sanitário em pelo menos duas delegações com casos confirmados: Chile e Venezuela. 

A Copa América foi transferida para o Brasil após a desistência da Colômbia, que enfrentava efervescência política e social da população, e da Argentina, a qual viu com maus olhos a realização de evento continental no próprio território em meio ao aumento de casos de Covid-19. Com anuência do Governo Bolsonaro, a CBF autorizou a vinda do torneio para o País — apesar dos protestos contra o Planalto e dos índices mais altos de coronavírus no Continente.

Após o anúncio da decisão, a delegação brasileira demonstrou insatisfação e teria ameaçado boicote — algo que, hoje, os jogadores negam. Enquanto isso, a CBF entrava em crise após o então presidente da entidade, Rogério Caboclo, ser denunciado e afastado por acusações de assédio sexual e moral.

Entre os jogadores afastados por Covid-19 está o boliviano Marcelo Moreno, hoje no Cruzeiro-MG. Após a infecção, ele criticou a Conmebol pela realização do evento. “Obrigado a vocês da Conmebol por isso. A culpa é totalmente de vocês! (...) Se uma pessoa morrer, o que vocês vão fazer? O que importa é somente o dinheiro, a vida do jogador não vale nada?”, indagou.

Após a postagem, o atleta foi multado em US$ 20 mil (cerca de R$ 100 mil) e pediu desculpas à entidade máxima do futebol da América do Sul. (Com Agência Estado)

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