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Clubes cearenses se preparam para volta de público; Governo da Bahia é entrave para retomada
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Clubes cearenses se preparam para volta de público; Governo da Bahia é entrave para retomada

Demais estados com times na elite do futebol nacional já anunciaram permissão para retorno das torcidas ou para eventos-testes, mas governo baiano argumenta que houve aumento de casos e a retomada seria risco desnecessário
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Castelão poderia receber Fortaleza x Atlético-GO, em caso de autorização (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Castelão poderia receber Fortaleza x Atlético-GO, em caso de autorização

O governo da Bahia vetou a liberação de entrada de torcedores nos estádios. Enquanto os demais estados representados na Série A do Campeonato Brasileiro autorizaram o retorno de público, o governador Rui Costa (PT) argumenta que o aumento de casos do novo coronavírus registrados na última semana no estado impede que os torcedores voltem a frequentar os jogos de futebol.

"Não haverá anúncio de jogos com público essa semana. Seria um contrassenso da minha parte. Como disse dez dias atrás, se vocês prestarem atenção na minha declaração, eu disse que estava analisando a abertura de público nos estádios. Cheguei a dizer isso publicamente uma ou duas vezes. Mas, passados dez dias, naquela data que falei estava com dois mil casos ativos. Se hoje estivesse com 1.300, provavelmente estaria anunciado a abertura de público nos estádios. Mas ocorreu o contrário. Eu tinha dois mil, aumentou para 2.700. Seria um contrassenso eu anunciar hoje a abertura de público no estádio", explicou o governador baiano, que, nas redes sociais, confirma um aumento de 40% no número de casos.

No Ceará, o governador Camilo Santana (PT) já havia autorizado a realização de eventos-testes no Castelão. O Fortaleza, que no fim de semana recebe o Atlético-GO, já inclusive enviou protocolo sanitário para aprovação da Secretaria da Saúde do Estado. Já o Ceará espera receber torcedores contra o Internacional-RS, na quarta-feira, 6. Apenas 10% da ocupação do Gigante da Boa Vista foi liberada para as experiências.

Na última quinta-feira, João Doria (PSDB), governador de São Paulo, anunciou que, a partir de 4 de outubro os torcedores voltarão a frequentar os estádios paulistas. A princípio, apenas 30% dos assentos estarão liberados. O percentual vai aumentando gradualmente. No dia 16, será ampliado para 50%, até que, em 1º de novembro, alcance os 100%. A decisão do governo baiano, entretanto, pode mexer no cronograma, diante do princípio de equidade que tem guiado o Brasileirão.

Os clubes brasileiros estão discutindo há algumas semanas a reabertura dos estádios. Atlético-MG e Flamengo foram os primeiros a receber torcida em seus jogos em torneios internacionais. O cenário nacional, no entanto, é diferente e contou com disputas na justiça desportiva.

Diante da negativa do governo baiano, resta aos clubes propor alternativas que agradem o Bahia e não voltem a causar atritos políticos, como foi visto no caso do Flamengo. Uma das possibilidades é o time tricolor jogar em outro estado do Nordeste em que a entrada de torcedores já esteja autorizado. Algumas equipes devem sugerir que, enquanto o Bahia não possa ter público em seus jogos, quando atue como visitante, também encontre estádio vazio.

Essa possibilidade afeta diretamente o Corinthians-SP, que esperava receber público na Neo Química Arena já no dia 5 de outubro, quando recebe justamente o Bahia. O adiamento da volta de torcedores ainda não é dado como certo e pode ser revertido nos próximos dias, de acordo com avanço das negociações entre clubes e a CBF. Nesta terça-feira, uma reunião do Conselho Técnico dos clubes da Série A deve esclarecer quais os próximos passos. (Colaborou Brenno Rebouças)

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