A temporada histórica de 2021 deixou o Fortaleza em evidência no cenário nacional e também internacional, o que deve aumentar neste ano, com a participação inédita na Copa Libertadores. A exposição facilita o trabalho do departamento comercial do clube do Pici, que projeta faturar R$ 10,4 milhões com patrocínios, acumula número alto de parceiros nos últimos anos e tem a parceria com o arquirrival Ceará como um dos trunfos para fisgar empresas no mercado.
A presença constante na Série A e os feitos relevantes nos últimos anos impulsionaram os negócios do Tricolor, sobretudo na venda de espaços do uniforme de jogo. O orçamento do último ano projetava arrecadação de R$ 6,6 milhões com patrocínios, mas o montante foi superado em razão de novos acordos — inclusive do patrocinador master.
Os números são animadores, mas também exigem cautela em relação à camisa. Em entrevista ao O POVO, o gerente comercial do clube, Victor Simpson, destacou que há um equilíbrio entre a quantidade de patrocinadores exibidas, que geram novas receitas, e a apresentação visual do traje, evitando "poluição" com o excesso de marcas.
"No ano de 2021, a gente conseguiu 28 patrocinadores de camisa, no total. Isso é um número muito bacana, de janeiro a dezembro de 2021. Isso englobou a reta final da temporada 2020 e toda a temporada 2021. No Campeonato Brasileiro, especificamente, nós tivemos 16 patrocinadores de camisa, com contrato, além de alguns patrocinadores pontuais em jogos de maior alcance. Muito possivelmente, o Fortaleza deve ter sido, pelo terceiro ano consecutivo, o clube com maior número de patrocinadores no Campeonato Brasileiro", pontuou Simpson.
Em maio de 2021, o Leão anunciou acordo com a empresa cearense Zenir até o final de 2026, em negociação fechada de forma conjunta com o Ceará e anunciada como maior patrocínio da história dos clubes — a marca também tem acordo com o Ferroviário. Os rivais também firmaram outros patrocínios em parceria nos últimos anos.
"Essa comunicação alinhada entre Fortaleza e Ceará, na parte comercial, é muito importante. Nós temos oito ou nove patrocinadores em comum, muitas vezes negociados em conjunto, sentados na mesma mesa. Nós entendemos que temos uma penetração muito semelhante em classes sociais, quantidade de torcedores, presença de público nos estádios...", explica o gerente comercial. "A gente deixa a rivalidade para dentro de campo. Fora dele, quando necessário, a gente se junta para buscar as melhores oportunidades", completa.
Em parceria com o setor de marketing, o comercial do Fortaleza lançou campanhas de vendas de camisas relacionadas à contratação de jogadores — Osvaldo, Ronald e Marcelo Benevenuto, por exemplo. Com a marca própria, inclusive, o clube conseguiu alavancar as vendas e, consequentemente, as receitas com uniformes. Para 2022, a previsão orçamentária para vendas nas lojas oficiais é de R$ 13,2 milhões.
"A gente fala para os nossos patrocinadores que a entrega da camisa é a principal, mas também é a última, que a gente menos se preocupa, porque faço a aplicação da marca no uniforme e vai estar em todos os jogos, vai repercutir na mídia. Essa é a nossa entrega mais simples. O mais importante são as articulações, e a gente tem feito isso muito bem", pondera Simpson. "São ativações que a gente faz com a torcida de forma que gere engajamento e uma receita", completa.