A ausência de Steven Mendoza tem sido muito sentida pelo Ceará. Sem o colombiano, que sofreu lesão ainda no primeiro tempo da partida contra o Atlético-MG, no último dia 15, pelo Brasileirão, o Vovô não conseguiu mais balançar as redes e nem conquistar vitórias. Em três jogos, foram dois empates na Série A e uma derrota por 2 a 0 no Clássico-Rei, válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil.
O camisa 10 do Alvinegro, além de decisivo, é a principal peça do setor ofensivo. Artilheiro isolado do Vovô na temporada, com 16 gols e duas assistências em 31 partidas, o atacante participou diretamente de 34% dos tentos marcados pelo Ceará em 2022. No Brasileirão, Mendoza é o segundo maior goleador do torneio, sendo responsável por sete dos 13 gols do escrete preto-e-branco, atrás somente de Calleri, do São Paulo, que lidera o ranking com nove.
O recorte recente de confrontos nos quais o atacante esteve em campo ilustra bem o quão impactante ele tem sido para o time. Nos últimos 10 embates, o colombiano marcou nove gols e deu uma assistência. Nestas partidas, o Ceará totalizou 18 tentos, ou seja, metade foi proveniente do camisa 10. Os únicos duelos em que Mendoza passou em branco — seja balançando as redes ou com passes — foram contra o Santos e Atlético-MG, ambos empates por 0 a 0 pela Série A.
Taticamente, o desfalque de Mendoza também tem sido um grande problema. Sem um substituto à altura do colombiano, que agrega com características específicas, como velocidade, capacidade de drible e poder de finalização, o Vovô se torna uma equipe previsível, lenta e com pouca variação no campo de ataque.
Neste período sem o atacante, essas dificuldades ficaram perceptíveis. No Clássico-Rei, por exemplo, Vojvoda, sem a ameaça constante que o colombiano proporciona em jogadas de contra-ataque ou bolas longas da defesa, adiantou as linhas de marcação do Fortaleza e anulou, durante boa parte do jogo, as construções ofensivas do Alvinegro.
Diante do Tricolor, quando a equipe de Marquinhos Santos recuperava a bola, a lentidão travava os avanços, já que Lima, Cléber e Vina não conseguiam articular a transição com rapidez, facilitando a recomposição defensiva do adversário, deficiências vistas também contra o Cuiabá-MT e o Atlético-MG.