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Clássico-Rei que floresce
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Clássico-Rei que floresce

Disputas entre Ceará e Fortaleza inspiram rachas pela Capital, entre homens e entre mulheres
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Clandestinas FC já realizaram duas edições do Clássico-Rainha antes do Clássico-Rei.  (Foto: Iara Costa
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Foto: Iara Costa Clandestinas FC já realizaram duas edições do Clássico-Rainha antes do Clássico-Rei.

O coração de todo torcedor cearense, seja ele alvinegro ou tricolor, pulsa mais rápido quando a bola rola na Arena Castelão ou no estádio Presidente Vargas para um Clássico-Rei. Como o nome já diz, as disputas entre Ceará e Fortaleza imperam em terras alencarinas, parando a cidade especialmente nas finais do Campeonato Cearense como neste sábado, 22. O predomínio é tanto que não se restringe aos estádios.

Em dezenas de locais na Capital e do Interior, é comum que torcedores do Ceará entrem em campo com torcedores do Fortaleza, principalmente em semana que antecede qualquer um dos clássicos entre os maiores times do Estado. A principal motivação? Além da resenha, a ideia de poder, de certa maneira, sentir um pouco como é disputar o maior embate local como atleta, um sentimento que é compartilhado pelas Clandestinas FC, grupo feminino de racha que transforma, desde o início de 2024, os seus tradicionais rachas semanais em prévia do Clássico-Rei.

"Temos muitas meninas doentes por Ceará e por Fortaleza. Eu sempre quis fazer um Clássico-Rainha, mas nunca tinha quórum, um número igual de jogadoras. Quando eu soltei a ideia ano passado, todo mundo se animou", conta a torcedora do Fortaleza, engenheira civil e organizadora do racha feminino, Ana Macedo.

De acordo com ela, os embates de Clássico-Rainha, apesar de iniciados somente no ano passado, devem tomar cada vez mais a agenda do grupo.

"Cada uma defende seu time, mas aqui não tem confusão, briga. É o esporte, a gente tem que saber perder e competir. Esse ano já fizemos o segundo Clássico-Rainha e como eles vão se enfrentar várias vezes com a Série A, provavelmente vamos fazer mais clássicos aqui. Uma implica com a outra, mas fica tudo bem", salienta.

Até aqui, dois embates já ocorreram, todos eles com muita emoção. No primeiro, um 8 a 8. No segundo, a vitória foi do Tricolor do Pici por 6 a 2, de virada. Às vésperas do Clássico-Rei deste sábado, 2, o grupo promoveu, a pedido do Esportes O POVO, um desafio do travessão, cuja vitória foi do Alvinegro de Porangabuçu na última cobrança das alternadas após empate em 2 a 2.

O grupo Clandestinas FC nasceu — ou melhor, ressurgiu — em 2021, quando as atividades coletivas foram liberadas após o isolamento social causado pela pandemia do Covid. Em meio ao desejo de amigas em voltar a jogar bola, o grupo foi se formando e hoje conta com mais de 50 participantes.

A torcedora interessada em participar do Clandestinas FC deve entrar em contato pelas redes sociais.

Uma outra ramificação do Clássico-Rei nasceu em 2016, no bairro do Mucuripe. Seria apenas mais uma confraternização do Racha do Geó quando o analista de departamento pessoal e fotógrafo Adriano Andrade sugeriu que a festividade fosse acompanhada de um jogo de torcedores do Ceará contra torcedores do Fortaleza.

"Nosso primeiro Clássico-Rei foi em 2016. Terminou em 1 a 1. Tinha mais torcedores do Ceará do que do Fortaleza no primeiro jogo. Eles se empolgaram com o empate e pediram para marcar outro, marcamos e ganhamos (time do Ceará) de 5 a 3. De lá para cá, em toda confraternização fazemos o Clássico-Rei", relata.

No Racha do Geó, a maior disputa futebolística do Estado virou um evento de modo que há toda uma preparação para participar e até mesmo a obrigação de uma boa frequência.

"Não tem como fugir de rivalidade não. O pessoal já começa o ano falando do clássico, em início de temporada mesmo, e dando um jeito de participar. No primeiro clássico já adquirimos as camisas e fomos nos organizando com o passar dos anos. E todo ano fazemos um material especial para o jogo", relata.

No histórico do Racha do Geó, o retrospecto é mais positivo para o Ceará, embora nos últimos anos o empate tenha predominado. Até agora, foram quatro vitórias do Vovô (2016, 2018, 2019 e 2022), duas do Fortaleza (2020 e 2021), além de quatro empates (2016, 2017, 2023 e 2024).

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