Um duro rebaixamento que traz lições para o Ceará. Para 2026, muitas questões precisam ser refletidas internamente em Porangabuçu, mas o tempo é curto. Com as mudanças no calendário, que entram em vigor já no próximo ano, o departamento de futebol do Alvinegro terá de agir rápido, promover a reformulação necessária e tomar decisões.
A primeira delas — e uma das mais importantes — é em relação à possível permanência da comissão técnica liderada por Léo Condé. O comandante chegou ao Vovô na temporada passada, durante a Série B, quando conseguiu o acesso à elite nacional. Foi, naturalmente, mantido no cargo. Em 2025, venceu o Campeonato Cearense contra o Fortaleza, resultado que devolveu a hegemonia estadual em títulos ao Alvinegro, e dava sinais positivos.
No caminho, levou um susto na segunda fase da Copa do Brasil, quase sendo eliminado pelo Confiança na Arena Castelão. Na Copa do Nordeste, caiu na semifinal para o Bahia. Até então, tudo dentro do planejamento.
Foi na Série A, porém, que as dificuldades táticas de Condé começaram a ficar evidentes, aliado, claro, ao trabalho do departamento de futebol, que, com investimento menor que a maioria dos rivais, montou um elenco com limitações e mostrou dificuldade de fortalecer o time durante a janela de contratações. Na primeira divisão, erros não costumam passar batidos.
Condé até conseguiu fazer um Ceará competitivo no primeiro turno, mas caiu de rendimento nas 18 rodadas finais. A falta de repertório tático, sobretudo no setor ofensivo, tornou o Vovô uma equipe monótona. A questão anímica também pesou: em várias partidas, o time se mostrou sem brio. Terminou o torneio rebaixado, com o segundo pior ataque, o terceiro pior mandante e com 29% de aproveitamento fora de casa.
Em paralelo ao trabalho de Condé, que tem seu contrato apenas até esse ano, há também a necessidade de olhar para o elenco. Ao todo, 15 jogadores do plantel deste ano possuem contrato para 2026: os goleiros Richard e Bruno Ferreira; os zagueiros Marllon, Éder e Willian Machado; o lateral-direito Rafael Ramos; os volantes Dieguinho, Richardson e Lucas Lima; os meias Vina e Matheus Araújo; os atacantes Pedro Henrique, Fernandinho, Lucca e Guilherme.
A maioria dos citados não foi unanimidade nesta temporada, nem para Condé, nem para boa parte dos torcedores. Com o rebaixamento, criou-se ainda um desgaste. Vina, por exemplo, contratado no segundo semestre e recebido com festa no aeroporto, ficou marcado negativamente. Somente Willian Machado e Dieguinho, consistentes e destaques durante todo o ano, ficaram preservados — os dois, porém, devem ter grande assédio do mercado.
Financeiramente, a queda para a segunda divisão causa um considerável impacto negativo. Atletas como Galeano e Fabiano, que foram citados abertamente por dirigentes do Ceará como peças que seriam compradas, dificilmente vão permanecer. Outros, como Pedro Raul, artilheiro do clube, também não fica. A tendência, por todo o desfecho do ano, é de que o elenco seja, de fato, reformulado para a Série B.
Goleiros
Richard
Bruno Ferreira
Laterais
Rafael Ramos
Zagueiros
Marllon
Éder
Willian Machado
Volantes
Dieguinho
Richardson
Lucas Lima
Meias
Vina
Matheus Araújo
Atacantes
Lucca
Pedro Henrique
Fernandinho
Guilherme