Daqui a pouco mais de um mês, o Fortaleza já estará em campo pela temporada 2026. Até lá, o clube precisa tomar muitas decisões, em diferentes áreas, para conseguir olhar adiante e passar por uma necessária reformulação profunda para o próximo ano, adequando-se à realidade da Série B do Campeonato Brasileiro.
O Conselho de Administração da SAF do Leão, composto por cinco membros, passará por mudanças: o Esportes O POVO apurou que deve haver troca de dois ou três integrantes. A partir deste passo, as outras definições serão tocadas, já que o órgão é o responsável pelas decisões máximas da SAF.
A primeira delas deverá ser o futuro do CEO Marcelo Paz. Nesse domingo, 7, depois da derrota para o Botafogo, que culminou na queda para a Segundona, o dirigente informou que conversaria com o Conselho de Administração, mas admitiu que foi um ano difícil, inclusive no aspecto pessoal. Paz ainda tem contrato, mas os vencimentos mensais são altos para o novo patamar.
O corpo de funcionários da parte administrativa também deve passar por mudanças a partir da próxima semana, com enxugamento da folha. O mesmo deve ocorrer com o estafe da comissão técnica do futebol profissional e até das categorias de base. Os dirigentes da SAF também terão de decidir se mexerão no departamento de futebol, que conta com o diretor Sérgio Papellin, o coordenador técnico Marcelo Boeck, o gerente Daniel de Paula Pessoa e o supervisor Júlio Manso.
O comando técnico da equipe também segue em aberto. Martín Palermo, que conduziu a reação na reta final do Brasileirão, tem contrato até o próximo dia 31 e só haveria renovação automática em caso de permanência na Série A. O trabalho agradou e não está descartada uma investida para tomar conhecimento acerca do interesse do treinador argentino quanto a uma continuidade no Pici.
O problema maior, porém, deverá ser o elenco. São 32 jogadores com contrato, pelo menos, até o fim do próximo ano e uma folha salarial que supera os R$ 12 milhões mensais. Será necessário um amplo trabalho de reformulação para negociar os atletas que não ficarão, seja pela questão financeira, seja pela parte técnica.
Alguns nomes devem despertar interesse no mercado da bola para vendas, como Matheus Pereira, Mancuso, Lucca Prior, Moisés e Adam Bareiro, por exemplo, o que aliviaria os cofres do clube diante de tantos prejuízos. Outros, seja pela idade ou pelo desempenho, demandarão outro tipo de movimentação do Leão, como empréstimos ou acordos para rescisões.
"Tem que ter humildade de dar um passinho para trás. Reestruturar tudo que puder ser reestruturado, dentro de um padrão de Série B. Tem que comunicar isso muito bem ao torcedor, para o torcedor entender que, em 2026, não vamos mais ser aquele time que gasta milhões para contratação, que vai ter salários muito altos. Não vai ser. Não pode ser", ponderou Marcelo Paz.
Já há também uma base de jogadores que podem formar uma espinha dorsal do novo elenco para 2026, em um nível técnico e financeiro na realidade da Série B.
O orçamento, que será votado na próxima segunda-feira, 15, será reduzido de forma drástica e deve ficar em torno de R$ 150 milhões. As dívidas aumentaram pelos investimentos altos nos últimos anos e ainda há compras de jogadores a serem quitadas, por exemplo — assim como valores de vendas a receber. Será um novo cenário para um clube que se acostumou a disputar a elite do futebol nacional e competições internacionais nos últimos anos.