O método de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre foi questionado na última semana pelo jornal Financial Times. Correções de índices são normais, mas neste caso não foi apenas porque um dado que saiu atrasado. O próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) admitiu que houve mudança nos resultados das exportações apontada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e que os novos números serão divulgados em 4 de março, juntamente com a publicação do quarto trimestre deste ano. Mas por trás houve falha humana. O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), o responsável pelo sistema que compila informações comerciais, informou que o erro foi porque um funcionário não acionou um comando adicional para a leitura de todos os dados. Uma falha como essa não deve ser motivo para que o IBGE perca toda a sua credibilidade, seriedade, com o levantamento de estatísticas, mas causa desconfiança do olhar exterior no Brasil. Isso porque o "pibinho" com crescimento de 0,6% no terceiro trimestre deste ano, que foi motivo de comemoração, por não representar queda, pode ser diferente. E apesar de o Instituto continuar sendo importante, o erro repercute na imagem do Brasil e também de forma mais rápida na variação do dólar - sinal do pé atrás do mercado no País, já tão cheio de polêmicas, apesar de austero na economia.