Logo O POVO+
Chefe de facção responsável por extorsões a empresários e ataques a carro-forte é preso em Fortaleza
Farol

Chefe de facção responsável por extorsões a empresários e ataques a carro-forte é preso em Fortaleza

Homem conhecido como "XT" possuía quatro mandados de prisão em aberto por explosões de carro-forte, roubo a banco, tráfico de drogas e homicídios
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Armamento apreendido em uma das fazendas usadas pela organização criminosa  (Foto: Jéssika Sisnando )
Foto: Jéssika Sisnando Armamento apreendido em uma das fazendas usadas pela organização criminosa

De acordo com a Polícia, Luís Antônio da Costa Sampaio dedicou quase 10 dos seus 32 anos de idade á prática de crimes como roubo a banco, explosão de carro-forte, tráfico de drogas, homicídios e, por último, extorsão a comerciantes. Uma ação da Delegacia da Roubos e Furtos (DRF) deteve o homem, que é apontado como o braço direito na quadrilha de Mariano Sampaio.

A prisão aconteceu na quarta-feira, 1º, em um condomínio na Grande Messejana, Fortaleza. O integrante do Comando Vermelho possuía quatro mandados de prisão em aberto e também foi autuado em flagrante por tráfico de drogas e posse de munição. Entre os municípios de atuação do indivíduo estão Santa Quitéria, Ipú, Hidrolândia, Independência, Catunda e Sobral. As informações são do titular da DRF, Rommel Kerth. 

Luís Antônio possuía os apelidos de "Luan Carioca" ou "XT". A prisão dele foi considerada uma das mais importantes do ano de 2021 pela DRF. De acordo com o titular do Departamento, atuação de XT começou em meados de 2013. Ele é natural do Ceará, mas morou, desde os 15 anos, no Rio de Janeiro, na comunidade da Rocinha, onde se envolveu com o crime e tornou-se um faccionado. Jurado de morte, ele teria viajado de volta para o Ceará, onde estabeleceu um braço da organização criminosa.

Luan Carioca atuava com Mariano Sampaio, chefe de uma quadrilha que fazia ataques a bancos com explosivos. Nos anos de 2017, 2018 e 2019, o grupo criminoso explodia as agências e fugia para o mato, onde permanecia escondido durante meses. Eram crimes de difícil elucidação, relata o delegado Rommel Kerth. Em 2019, Mariano foi morto em confronto com a Polícia Baiana.

De acordo com a Polícia, após a morte de Mariano e a prisão de diversos integrantes, o grupo migrou para outros tipos de atuações criminosas. O delegado explica que, como o tráfico de drogas já auxiliava no financiamento das explosões de bancos, eles seguiram com o comércio ilegal de entorpecentes e passaram a extorquir empresários e praticar homicídios. Luan Carioca teria então ficado no lugar de Mariano como chefe da organização. Em um áudio obtido pelo O POVO, comerciantes da cidade de Independência relatam as extorsões sofridas pelo "XT" e afirmam que irão enfrentar a organização criminosa.

LEIA MAIS

 Número de ataques a bancos caiu no Estado cai 48% neste ano

Quatro ataques a bancos foram registrados em 2021 no Ceará; redução ocorre desde 2017

XT foi morar em Fortaleza em um condomínio de classe média com a esposa e o filho. As investigações da DRF apontam que ele permanecia articulando o tráfico de drogas "home office". No momento da prisão, o homem chegava em casa quando foi surpreendido pela Polícia Civil. Ele tentou fugir, mas foi impedido. Além da cocaína encontrada no apartamento, que seria uma amostra para os clientes, também foi achada munição. Em uma fazenda do grupo, a equipe da DRF apreendeu uma espingarda calibre 12 e um rifle calibre 762 (fuzil). 

Caderno apreendido tem mais de 200 nomes a serem investigados 

 Outro objeto apreendido pela DRF e que deve dar continuidade a uma longa investigação é um caderno, que estava sob o poder de XT. Lá estão os nomes de 200 pessoas envolvidas com a organização criminosa, além de números de telefone e a parte financeira, que chegava, no mínimo, a R$ 200 mil.

Luan Carioca também é investigado pela Polícia Federal pela participação em um ataque a carro-forte em 2018, na fronteira entre Ceará e Rio Grande do Norte. Ele é citado em diversos inquéritos da Polícia Civil como pessoa especialista em explosivos e motorista nas fugas dos roubos a banco no Ceará. A Polícia Civil só o conhecia pelos apelidos e, posteriormente, as investigações fizeram com que chegassem à identificação.

Luís Antônio foi encaminhado ao sistema penitenciário. 

 

O que você achou desse conteúdo?